Os dois em conjunto foram um dos temas escolhidos pela redação do TeK e mais votados pelos leitores como um dos mais marcantes de 2013.
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Embora de uma forma um pouco mais contida do que o observado antes, os grupos de hackers ativistas marcaram posição, fazendo ouvir a sua voz, dentro e fora de fronteiras.
O ano ainda mal tinha começado e já havia um ataque informático reportado em Portugal. O site do Tribunal da Relação do Porto foi o alvo escolhido numa ação que substituiu os conteúdos habituais da página por uma mensagem em árabe da autoria de um grupo pró-islâmico.
Em fevereiro a Reserva Federal norte-americana confirmava ter sido alvo de um ataque informático, cuja autoria foi reivindicada pelos Anonymous, que supostamente tiveram acesso a dados de 4.000 executivos da banca norte-americana. Em causa terá estado uma campanha de ataques online lançada na sequência do suicídio de Aaron Swartz, que enfrentava um processo judicial por violação de direitos de autor que o poderia levar à prisão.
A história do hacktivismo em 2013 também se pautou por alguns episódios de confronto direto com a justiça, principalmente no que diz respeito ao Lulzec. O grupo teve alguns dos seus membros detidos e condenados, apesar de assumirem culpas pelos seus atos, que vitimaram a Sony, a CIA, o Pentágono e o serviço nacional de saúde do Reino Unido.
Numa outra sentença, Jeremy Hammond apanhou 10 anos de prisão pela divulgação de informação privada da empresa Strategic Forecasting e pelos ataques que permitiram a divulgação de milhares de dados relativos a endereços de email e números de cartões de crédito, que foram usados para realizar compras não autorizadas de 700 mil dólares.
Entre os ataques identificados ou assumidos por grupos de hacktivistas ao longo do ano estiveram bancos portugueses, o Financial Times e a conta do Twitter do presidente da Venezuela.
Recentemente descobriu-se que os Anonymous atacaram sites do governo dos EUA durante quase um ano. O ataque terá tido início em dezembro de 2012 e deixado "portas abertas" para voltar à ação nos últimos meses. A culpa foi de uma falha no software da Adobe.
No que ao tema da pirataria diz respeito um dos grandes momentos terá sido o recuo da França relativamente à Hadopi, quando em julho o governo daquele país decidiu deixar de penalizar com corte da internet (ou de ameaçar com) os downloads ilegais. Mas houve outros momentos de destaque.
O ano começou com o Google a afirmar que retira todos os dias cerca de 500 mil links que violam direitos de autor e com o Governo português a prometer para 2013 legislação contra a pirataria de conteúdos e defesa dos direitos de autor - promessa que não chegou a ser cumprida.
O incumprimento valeu a ameaça por parte da Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento em Portugal (ACAPOR) de avançar com uma ação cível contra o Estado português, que contudo foi adiada por complicações a nível jurídico.
O diploma começou por ser condenado logo desde início, com acusações de que o projeto que o Governo preparava para a cópia privada ia contra a legislação europeia.
Um dos expoentes do P2P, o The Pirate Bay, procurou morada nova durante todo o ano, é um facto, o último endereço conhecido é no Peru. Por cá as duas fações da questão mediam forças: a ACAPOR e o MAPinet por um lado a encerrarem vários sites de partilha de conteúdos, filmes sobretudo.
Apesar da atividade intensa do lado "contra", alguns sites de conteúdos piratas não se deixaram intimidar. Foi o caso da comunidade de partilhas Né-Miguelito.
Mais uma vez, também não faltaram os estudos que apontam para a necessidade de alterar modelos de comercialização digital ou que inclusive defendendem que a pirataria até nem prejudica a venda de música digital. No que diz resprito à música podem não existir certezas, mas relativamente à série Game of Thrones foi assumidamente uma mais valia.
Se numa votação realizada entre os leitores do TeK os resultados apontaram para a necessidade de exigir medidas contra a pirataria, um relatório europeu mostrava que os portugueses reconhecem a importância dos direitos de autor, mas justificam a pirataria em determinados casos, nomeadamente quando não existe alternativa legal ou em caso de uso pessoal.
O hacktivismo/pirataria é apenas um dos cinco temas que mais marcaram o ano de 2013 que o TeK está a tratar durante esta semana, depois de ter contado com a opinião dos seus leitores numa votação online. Da votação saiu "vencedor" o escândalo de espionagem e da NSA.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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