O Bitcoin tem estado de novo na berlinda. Recentemente a moeda virtual atingiu a barreira histórica dos mil dólares, tendo continuado a valorizar até chegar aos 1.200 dólares por cada Bitcoin detido. Em euros equivale a cerca de 870 euros.

Depois disso a divisa já deu um valente trambolhão e desvalorizou quase 50%, para pouco mais de 600 dólares. A culpa, dizem alguns analistas, é da China que proibiu as instituições bancárias de fazerem transações em Bitcoins. Há dias melhores e dias piores, uma montanha russa de emoções à qual os investidores já estão habituados.

Sim, investidores. Porque tal como escreveu o The Verge esta semana, o Bitcoin pode estar a ser vítima do seu próprio sucesso. Em vez de ser usado apenas como uma forma de pagamento online, a moeda está a ser usada como as ações na bolsa de valores, para conseguir dinheiro através da especulação e dos níveis de troca de "matéria-prima". Hoje, 11 de dezembro, já vale outra vez mil dólares.

Só em Portugal existiam a 10 de dezembro perto de 800 nós de Bitcoins, isto é, utilizadores que estavam a validar e a reencaminhar transações da moeda.

Tudo isto para dizer: existem alternativas ao Bitcoin. Ainda que dentro de toda a insegurança especulativa esta moeda pareça ser a mais segura, por ter mercados sólidos como o Mt. Gox e por ter o apoio de empresas de renome como a Virgin Galactic, existem muitas divisas digitais para quem as quiser explorar. O TeK deixa aqui quatro sugestões.

Litecoin

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A seguir ao Bitcoin em termos de "nome", vem o Litecoin (LTC). Semelhante no conceito - criptografada, não centralizada e de acesso livre - o Litecoin é mais "leve" que o Bitcoin por permitir que a cada 2,5 minutos seja minerado um bloco. Isto é, por cada bloco de informação descodificado do Bitcoin podem ser produzidos quatro blocos de Litecoins.

Ao todo podem ser criados 84 milhões de Litecoins, uma quantidade muito superior ao limite máximo de Bitcoins. Atualmente os Litecoins estão a valer cerca de 30 dólares, perto de 21 euros, mas já chegaram a valer quase 50 dólares.

Outras das vantagens que é reconhecida ao Litecoin é o facto de a mineração da moeda estar pensada para ser feita com CPU e GPU de computadores "tradicionais", em vez de exigir altas redes de processamento como o Bitcoin exige atualmente.

Feathercoin

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Também assente num sistema de peer-to-peer, a Feathercoin apela aos mais liberais e que não gostam de estar presos a sistemas bancários e centralizações. Apesar de partilhar estas características com a Litecoin e Bitcoin, o site desta divisa digital passa o lema "controle o seu próprio dinheiro".

Sem grandes elementos diferenciadores, a Feathercoin apresenta-se como uma criptomoeda alternativa e mais ideológica. Por exemplo, a comunidade Feathercoin concorda com o uso desta moeda por jovens e menores de idade.

Com carteiras para Windows e Mac, no site da comunidade é ainda possível aceder ao código fonte da Feathercoin.

Também pensada para fugir às grandes redes de processamento, a Feathercoin permite minerar um bloco de informação a cada 2,5 minutos e prevê um total de 336 milhões de moedas em circulação.
Com uma loja própria, onde podem ser encontrados vários artigos, o Feathercoin parece ainda ser uma comunidade pequena e o valor acompanha a tendência - uma Feathercoin chega a valer em média um dólar ou menos.

AnonCoin

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A criptomoeda criada para se certificar que um dia, quando as outras divisas digitais forem subjugadas à centralização, continua a operar no "lado negro da Internet". Os criadores garantem que é a única moeda a funcionar na rede I2P e também na Tor, o que torna as transações e o dinheiro não-rastreável até à carteira dos utilizadores e até às suas identidades.

Com uma carteira própria e um sistema de comunicação baseado no IRC, ao bom estilo dos Anonymous, a AnonCoin tem uma forte componente de comunidade já que a produção da moeda é feita sobretudo em grupo - nas chamadas pools.

O projeto ainda está em desenvolvimento e a equipa responsável pela moeda virtual procura especialistas informáticos que tragam valor à divisa a nível de estrutura.

Com um teto máximo reduzido de 4,2 milhões de moedas, já existem quatro mercados onde é possível comprar e vender AnonCoins. A moeda foi inclusive alvo de uma menção no New York Times há pouco tempo, a propósito do crescimento das divisas virtuais.

MuitasMaisCoins

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O TeK pode ainda referir outras moedas como o QuarkCoin, NovaCoin, PeerCoin ou o TerraCoin. Todas estas moedas - e outras dezenas como estas - baseiam-se no modelo do Bitcoin e funcionam de forma semelhante, variando no teto máximo de moedas que vão ser criadas, na "força" que é preciso para gerar dinheiro ou no número de mercados que transacionam e fornecem informação sobre a divisa.

Mas como referência final às criptomoedas fica a Sexcoin. Criada em exclusivo para a indústria adulta. E tendo em conta que muita da Internet se passa nos sites com conteúdos para adultos, há sentido em haver uma moeda específica para este tipo de mercado.

Cada bloco de informação é desbloqueado em 60 segundos e vai haver um máximo de 250 milhões de moedas. O projeto ainda está numa fase inicial, mas a ter em conta alguns fóruns online, o conceito da moeda está aprovado e mesmo que não se torne uma das principais divisas virtuais, pode tornar-se num caso de sucesso de moeda de nicho.

Os leitores ficam agora convidados a deixarem na caixa de comentários as opiniões e experiências que já tiveram com as moedas referidas. Podem e devem ainda referir outras sugestões de divisas digitais.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico