A cibersegurança é um tema cada vez mais levado a sério por governos, empresas e mesmo consumidores. A informação digital cresce a um ritmo sem paralelo e a vida pessoal e os negócios estão cada vez mais numa rede gerida com leis diferentes daquelas que regulam o mundo analógico.



Iniciativas que surgem um pouco por todo o mundo e de diversos quadrantes mostram que o tema tem ganho relevância, à medida que as consequências dos ataques online também se têm revelado cada vez mais críticas.



A confirmá-lo está a realização este mês, e pela primeira vez, do mês europeu da cibersegurança. A iniciativa disseminou-se pelos diversos Estados-membros através de eventos que juntaram especialistas, discutiram projetos em curso e falhas que é preciso colmatar.



Hoje deixamos-lhe algumas pistas para chegar a mais informação sobre o tema e sobre as iniciativas europeias em marcha. Saber mais sobre segurança online é crítico para quem circula na Internet. Perceber o que está a ser feito a nível europeu para mitigar riscos também pode valer a pena. Se está para aí virado ficam algumas indicações…

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Um bom ponto de partida pode ser o site da ShadowSec que organizou o principal evento nacional de debate do tema da cibersegurança neste mês em que o assunto é alvo de destaque a nível europeu.



O InfoSec Day deu sequência a três dias de workshops e materializou-se numa conferência realizada no passado dia 4 de outubro, que debateu alguns dos principais desafios de segurança da atualidade.



Na abertura do evento esteve o vice-almirante José Torres Sobral da Autoridade Nacional de Segurança, que explicou o enquadramento da estratégia nacional de cibersegurança, em definição neste momento. A apresentação, que alinha os pilares fundamentais da estratégia está disponível online.


No site da empresa que organizou o InfoSec é ainda possível ver (ou rever) as apresentações realizadas durante o evento por outros oradores, entretanto colocados online para download.



Para quem procura informação mais focada na forma como a União Europeia está a abordar o tema da cibersegurança, o site da agência europeia ENISA é incontornável. Além do acesso a estudos realizados por peritos, que vêm analisando a capacidade europeia de responder a ameaças e apresentando recomendações para melhorar essa capacidade, o site apresenta outros pontos de interesse.


Ali será publicado o relatório final do teste europeu realizado no início deste mês e que, pela segunda vez, simulou um ataque em larga escala ao ciberespaço europeu para avaliar a capacidade resposta e cooperação das entidades europeias.



Pela primeira vez o teste envolveu também empresas privadas e ISPs (mais de uma centena), aumentando o leque de envolvidos no teste e o nível de desafio à capacidade de responder de forma coordenada. O relatório final será publicado antes do final do ano. Até lá está disponível no site a informação já publicada sobre o tema.

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Ainda na "casa" online da ENISA já é possível consultar o primeiro relatório europeu sobre incidentes de segurança, um documento que foi pela primeira vez possível realizar graças a uma alteração legislativa europeia, que estabelece o princípio da comunicação deste tipo de informação por parte da Comissão Europeia.



Nesta estreia o relatório analisa os 51 incidentes reportados, todos eles com impacto relevante em serviços ou redes de comunicações electrónicas. No próximo ano, durante a primavera, ficará disponível novo documento e assim sucessivamente, nos anos seguintes.



Numa abordagem mais simplista e que, além de investigadores e professores, tem um forte foco no público em geral, vale também a pena destacar a versão renovada do site Internet Segura, um conceito que está disponível nos diversos países da União Europeia, com produção e enquadramento nacional em cada um deles.



O consórcio que gere a versão portuguesa do site trabalhou ao longo dos últimos meses num upgrade da plataforma e mostrou resultados no final de Setembro. Criança, pais e professores são os principais destinatários de um Internet Segura que é agora mais interativo e que passa a agrupar informação por público-alvo. Uma das novidades do site é a área de quizzes que ajuda testar conhecimentos.


Além destas, foi reforçada a área de informação dirigida a professores e investigadores. O objetivo dos promotores é fazer da plataforma um repositório de informação útil para quem trabalha nesta área. A zona de estudos e pesquisas está dedicada a este tipo de conteúdos.

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Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira