A Ookla avança que, durante o apagão, as operadoras implementaram medidas semelhantes de poupança de energia, no entanto, o nível e distribuição da autonomia energética das infraestruturas acabaram por moldar a resiliência das redes.

A rede da Digi, ainda em fase inicial e com uma cobertura mais limitada e fortemente concentrada nas áreas urbanas, revelou-se particularmente frágil, indica a análise.

Ookla | Impacto do apagão nas operadoras
Ookla | Impacto do apagão nas operadoras créditos: Ookla

Quatro horas depois do apagão, a percentagem de utilizadores sem acesso à rede móvel disparou de 0,1 % para mais de 90%. Além disso, as falhas no acesso à rede continuaram por mais de um dia, o que aponta para uma falha de grandes proporções na infraestrutura da operadora.

Por outro lado, a Ookla aponta que a rede da MEO demonstrou uma maior resiliência graças à maior autonomia energética das suas infraestruturas. No pico do apagão, isto é, entre seis a oito horas após o corte energético, os clientes da MEO tinham, em média, metade da probabilidade de ficar sem acesso à rede em comparação com os da NOS; quatro vezes menos do que os da Vodafone e seis vezes menos do que os da Digi.

Apagão: Impacto nas redes móveis foi mais acentuado em Portugal do que em Espanha
Apagão: Impacto nas redes móveis foi mais acentuado em Portugal do que em Espanha
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A Ookla já tinha demonstrado como o desempenho das redes móveis na Península Ibérica se deteriorou progressivamente durante o apagão e a nova análise traz mais detalhes sobre o que aconteceu em Portugal.

No pico do apagão, mais de um terço dos utilizadores de redes móveis no nosso país ficaram sem acesso a serviços. Com os efeitos do corte de energia a propagarem-se rapidamente, a percentagem de pessoas sem qualquer acesso a serviços de telecomunicações, entre chamadas, mensagens ou dados móveis, subiu de 0,1% para mais de 10% em menos de duas horas.

Ookla | Impacto do apagão nas operadoras Ookla | Impacto do apagão nas operadoras
créditos: Ookla

À medida que os sistemas de backup energético das operadoras se esgotavam, a percentagem continuou a subir, ultrapassando a marca dos 60% nas zonas mais afetadas até ao final do dia.

A análise sublinha que as diferenças no impacto do apagão entre as operadoras foram muito mais acentuadas em Portugal do que em Espanha. Apesar disso, a reposição dos serviços seguiu padrões semelhantes, com as zonas que recuperaram primeiro o fornecimento de eletricidade a retomarem mais cedo o acesso às redes móveis.