Chama-se Kasa do Futuro, com "K", distinguindo-se daquela que é mostrada no Museu das Comunicações, e situa-se no Marvão, a cerca de cinco quilómetros do centro da Ericeira, tendo uma vista deslumbrante sobre a praia de Ribamar.

Tirando tais pormenores a propriedade de 10 assoalhadas de Carlos Azenha, ex-treinador-adjunto do Futebol Clube do Porto, é uma casa do futuro porque "respira" tecnologia por todos os lados, quer a nível da arquitectura, espaços exteriores e engenharias.

Construída com recurso à domótica, esta habitação já é considerada a casa mais inteligente do país. Mas o que distingue uma casa do futuro das restantes?

Ver quem está a tocar à campainha, mesmo sem estar em casa, poder abrir a porta através do telemóvel ou do computador e solicitar ao mordomo electrónico que grave o seu programa preferido ou diga quais os produtos em falta na sua dispensa são apenas alguns das possibilidades oferecidas pela domótica.

Este sistema permite ainda a gestão de todos os recursos da casa através da aplicação de automatismo nos sistemas e equipamentos.
Entre os gadgets espalhados por uma "casa do futuro", destaque para a cozinha, onde pode existir um fogão inteligente tipo cooktop (um tipo de fogão que só tem a parte de cima,) como o da Bosch, que recorre a uma nova técnica de aquecimento, com base em campos magnéticos.

Segundo a fabricante, o cooktop por indução Glass Edition é até duas vezes mais rápido que os cooktops convencionais, aquece apenas os alimentos e não os recipientes e detecta se os tachos e panelas estão bem posicionados.

Haverá igualmente lugar para, por exemplo, triturar e enviar para uma central de compostagem subterrânea o lixo orgânico, e para ter um caixote para o restante lixo doméstico que abre e fecha automaticamente, sem necessitar de contacto, como os disponibilizados pela Touchless.

Já na casa de banho, além da personalização da temperatura da água, as torneiras podem ligar-se à Internet e ser configuradas para lhe apresentar as primeiras noticias da manha ou indicar-lhe as previsões meteorológicas, sempre que tenham tecnologia de reconhecimento facial embutida, como é o caso de um novo modelo proposto pela brasileira iHouse.

Numa casa do futuro não vai faltar com certeza, pelo menos uma sanita em que a tampa e o tampo baixem sozinhos - evitando os habituais puxões de orelhas relacionados com o assunto - já para não falar em outras tecnologias embutidas disponíveis no mercado, como as apresentadas pelos modelos Neorest.

Por último uma casa do futuro também tem direito a piscina, mas a uma piscina de iluminação com leds, música debaixo de água, natação contra corrente, hidromassagem, queda de água, cobertura automática, alarme perímetro, tratamento a sal e PH automático, spa integrado e aquecimento por painéis solares e com alguma sorte ecrãs LCD por perto, com direito a comando à prova de água.

Isto tudo para dizer que as "casas do futuro" são ainda uma miragem para a grande maioria de nós. Aquela construída no vale do Marvão custou dois milhões de euros, mas dizem os seus promotores que o comum dos mortais pode ter uma "versão light" a partir dos 400 mil euros. O pior mesmo seria o custo de manutenção…