A Anacom revelou esta semana os últimos dados relativos ao avanço das infra-estruturas de redes de nova geração e ao número de clientes que já usufruem desses serviços.


Os números mostram uma enorme margem entre o número de casas habilitadas para receber os serviços de nova geração e o número de subscritores efectivos dos serviços aí suportados. A tecnologia que tem permitido às redes de cabo entrarem numa nova geração está em clara vantagem.


No final do ano as infra-estruturas suportadas em EuroDOCSIS 3.0 chegavam a 3,8 milhões de casas. A fibra até casa a 1,47 milhões de portas. Clientes, de uma outra tecnologia, eram 292,4 mil, 278 mil residenciais.



Mesmo assim, a guerra está aberta e os principais actores deste mercado não têm poupado esforços para passar uma imagem de inovação. Mas afinal quem tem a banda mais larga e onde é preciso estar para a receber?



A resposta à primeira pergunta aponta para a oferta da Zon e do Clix. A resposta à segunda para Lisboa e Porto, de forma mais ou menos assumida pelos operadores. O tecto máximo das ofertas comerciais de serviços de Internet de nova geração esse está nos 360 Mbps e o preço que os acompanha é pouco competitivo.



Começamos pelo Clix. Em Janeiro a operadora da Sonaecom anunciava que a partir dessa altura só aceitaria novos clientes de fibra, nas zonas onde já disponibiliza essa infra-estrutura. Na altura reposicionou a oferta e incorporou novas propostas. O tecto em termos de velocidades também mudou e é agora de 360 Mbps.



Com a largura de banda máxima a operadora oferece chamadas ilimitadas na rede fixa, 120 canais, banda larga móvel gratuita até aos 100 megas de consumo mensal, dois filmes gratuitos no videoclube todos os meses e o aluguer de duas TV Boxes. As duas últimas ofertas são válidas por um prazo de 12 meses. A mensalidade do serviço é de 106,99 euros.




"Esta oferta está disponível em todas as áreas cobertas pela rede de fibra da Optimus Clix, que cobre actualmente mais de 200 mil casas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto", explica a Optimus, que opta por não criar um pacote especifico para a comercialização da oferta de 360 Mbps (que disponibiliza 36 Mbps no upload).



Quem quiser subscrever este packs tem acesso à velocidade como um extra ao pacote de 100 Mbps e junta 40 euros à mensalidade de 66,99 euros cobrada nessa possibilidade. Os novos clientes têm também acesso gratuito a uma box com capacidades de gravação.

[caption]Optimus[/caption]

A Internet da Zon também chega aos 360 Mbps (velocidade para o download, no upload a referência são 24 Mbps). A operadora anuncia esta categoria de débito no âmbito do novo serviço Íris by Zon e junta-lhe 103 canais (87 de TV), chamadas ilimitadas para a rede fixa, box com capacidade gravação e acesso gratuito aos hotspots da rede Zon@Fon. Fonte oficial da empresa não dá detalhes sobre a disponibilidade da oferta, por regiões do país.



Mas quem passar pelo site da Zon pode ainda cruzar-se com outros números quando analisar a oferta de débitos máximos nos serviços de Internet. Na zona onde detalha a oferta de serviços de nova geração, a Zon refere ainda uma oferta de 1 Gb, mas a proposta não está comercialmente disponível. Para já, funciona como uma referência que pretende dar nota das potencialidades da rede, explica a Zon, que sublinha já ter feito demonstrações públicas desse débito.




Passando a bola à Vodafone, que partilha com a Optimus o investimento na infra-estrutura de fibra óptica, a primeira constatação a fazer é que há, pelo menos mais um ponto em comum entre a filial da empresa britânica e a operadora da Sonaecom. Na Vodafone a velocidade máxima garantida pela rede também avança, via extras.



Neste caso, a Vodafone opta pelos típicos aditivos para levar o débito da sua Internet de nova geração aos 300 Mbps (10 Mbps no upload). A mensalidade proposta é de 90,99 euros nos primeiros 12 meses, 95,99 euros a partir daí. O preço é construído a partir de uma mensalidade base de 50,99 euros, a que acrescem 40 euros. Na TV a operadora propõe 100 canais e junta-lhe chamadas ilimitadas na rede fixa e descontos para o clube de vídeo do serviço e para a activação de canais premium.

[caption]Vodafone[/caption]

No Meo, que tem apostado forte na comunicação dos seus serviços de fibra, o tecto da oferta está nos 200 Mbps. Tal como a concorrência, a PT também opta por dar apenas algumas coordenadas em relação à cobertura dos seus serviços mais inovadores. Explica que o serviço de Internet a 200 Mbps está disponível nas zonas onde a empresa já leva fibra óptica e recorda as metas que tem vindo a anunciar. No ano passado levou a fibra a um milhão de casas, este ano pretende alcançar 1,6 milhões de lares, estendendo a infra-estrutura a mais 600 mil casas.



Os 200 Mbps do Meo também só estão disponíveis em pacote, com TV e telefone fixo incluído, 115 canais e Internet móvel gratuita até 100 megas por mês. A subscrição tem um custo mensal de 109,99 euros (mensalidade da box incluída), nos primeiros 12 meses, e 114,99 euros a partir daí e pelo menos durante um ano, já que a subscrição do pacote prevê um período de fidelização de 24 meses.

[caption]Meo[/caption]

A Cabovisão, por seu lado, coloca no tecto máximo da sua oferta uma proposta de 120 Mbps (velocidade para o download, no upload fica-se pelos 6 Mb). Junto com a Internet, o seu Nitro disponibiliza 100 canais, chamadas ilimitadas para a rede fixa e 30 minutos de chamadas gratuitas para a rede móvel. A mensalidade proposta é de 75,45 euros e o período de fidelização de 12 meses.

[caption]Cabovisão[/caption]

Ficam os dados para que possa analisar as diferentes propostas. É certo que para a esmagadora maioria dos clientes de serviços de Internet os topos de velocidade estão muito para além das necessidades do dia-a-dia, mas não deixa de valer a pena ver como gerem os operadores as suas apostas nesta área e que imagem tentam passar ao mercado.

Se se inclui na franja da população que está disposta a pagar para ter uma Internet com largura de banda de topo, nos sites dos operadores é possível confirmar se a sua zona de residência corresponde às zonas onde os serviços já são oferecidos.

Cristina A. Ferreira