A primeira grande mostra de tecnologia do ano terminou na última sexta-feira. Em ano de crise, a CES fechou portas com um balanço positivo. O espaço de exposição da feira de Las Vegas foi o maior de sempre em 44 anos de evento. Tal como o número de visitantes: 153 mil, para ver 3.100 espaços de exposição.


Entre 10 e 13 de janeiro foram apresentados na feira 20 mil novos produtos, um pouco para todos os gostos e em diversas áreas, mas nem por isso deixa de ser possível eleger tendências. A própria organização fê-lo. Dominaram esta edição 2012 da feira os ultrabooks, os televisores OLED e os tablets com Android 4.0. Também tiveram um espaço importante no evento os smartphones e as impressoras 3D.


Pelos corredores desfilaram, como é habitual, estrelas da música e do cinema que as marcas convidam como Justin Timberlake, Justin Bieber, 50 Cent, Wil.i.am ou LL Cool J, entre outros. E pelos palcos da conferência que alinha com a exposição voltaram a passar os líderes de algumas das maiores empresas do setor, como a Microsoft ou a Intel.


Uns despediram-se com um até para o ano, outros nem tanto. Antes da edição 2012 da CES ter começado já era notícia a decisão da Microsoft, que pela última vez este ano assinalou uma presença nos termos em que tradicionalmente vem fazendo no evento. Alegadas divergências de calendário, no que se refere ao road map de novos lançamentos, levam a empresa, já a partir de 2013, a deixar de ter uma presença direta na CES e a remeter para outras aturas do ano a apresentação de novos produtos.


Descendo aos palcos de exposição, é fácil perceber que os ultrabooks foram a estrela da feira (embora não tenham sido a única). O "empurrão" da Intel para o desenvolvimento deste segmento, ao definir um conjunto de critérios que definem o seu conceito de ultraportátil já tinha produzido frutos em 2011, com o lançamento de alguns modelos "compatíveis". A tendência estende-se a 2012 e a CES serviu de primeira montra para o comprovar.


Acer, Lenovo ou HP foram apenas algumas das marcas a usarem o palco para mostrar que estão em linha com a tendência.
A Acer levou à feira 2 ultrabooks, reclamando que um deles é o mais fino do mundo, garante a fabricante. O S5, de que o TeK já falou, tem 15 milímetros de espessura.



O Envy 14 Spectre da HP foi outra das novidades da CES na mesma área, bem acolhido pela imprensa e com algumas críticas positivas, mesmo com o ecrã ligeiramente acima das medidas definidas para a categoria.



O modelo conta ainda com processadores Core da Intel , 128 GB de disco rígido e uma bateria com nove horas de autonomia. Começa a ser vendido na Europa em março.



A Samsung com os seus Series 5, a Asus com o Zenbook UX 21 e UX31, a Toshiba com o seu Portege Z830 e a Lenovo com o U300, garantiram mais novidades nos ultraportáteis.

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Na conferência que fez na CES a Intel estimou que este ano sejam apresentados 60 modelos de ultrabooks. Atualmente estão já disponíveis para venda cerca de 15 modelos desenvolvidos à luz do conceito Intel.

Empenhada em não deixar morrer o interesse da indústria no formato, a Intel aproveitou ainda a feira para anunciar que na segunda metade do ano chegam os primeiros equipamentos baseados na arquitetura Ivy Bridge.



Além da influência óbvia nos desenvolvimentos em torno dos ultraportáteis, a Intel deu outro contributo importante para o caudal de novidades desta CES 2012. A feira acolheu o lançamento de dezenas de produtos com Thunderbolt, uma tecnologia para transmissão de dados desenvolvida pela fabricante que permite transmitir imagens de alta definição a 10 Gb. Apresentada pela primeira vez em fevereiro de 2011, a tecnologia estreou-se no MAC Book Pro, mas ainda no ano passado começou a ser usada por outros fabricantes.




As novidades da Intel passaram ainda pelo anúncio de novos modelos do classmate, o design de referência do Magalhães, agora com processadores Atom de última geração (N2600 Cedar Trail dual core) e novo design.

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A líder mundial dos chips também deu um saltinho aos telemóveis. Para anunciar uma parceria com a Motorola, que ao longo dos próximos anos vai garantir a presença dos processadores Atom nos seus dispositivos móveis com Android, mas também para apresentar uma nova plataforma de autenticação baseada na tecnologia NFC, abrangendo outro domínio forte das apresentações que desfilaram por Las Vegas em 2012: a área dos smartphones.



A Sony, por exemplo, aproveitou o evento para mostrar o primeiro smartphone a solo, depois do fim da parceria com a Ericsson. O Xperia S inclui um processador dual-core a 1.5 GHz da Qualcomm e conta com uma memória flash de 32 GB. Suportado em Android e com uma câmara de 13 megapixeis, o dispositivo inclui ainda um ecrã de toque de 4,3 polegadas com tecnologia "Reality Display" e oferece resolução HD (1280 x 720).

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Na concorrência, a LG e a Fujitsu também mostraram novidades com Android. No caso da LG o Spectrum, que se destaca pelo ecrã True HD IPS e pela tecnologia VMWare Horizon Mobile Manager 4G LTE, que permite criar um espelho do sistema operativo, assumindo um perfil para utilização pessoal e outro para utilização profissional, totalmente autónomos.

No caso da Fujitsu a escolha para mostrar na feira recaiu sobre um dispositivo com ecrã AMOLED de 4 polegadas.




No entanto, um dos dispositivos que mais brilhou na CES foi o Lumia 900, um dos primeiros modelos da parceria Nokia / Microsoft, mostrado pela fabricante norte-americana durante o discurso de Steve Ballmer. O mesmo discurso que serviu para dar nota de mais um Lumia (o 710) e para anunciar uma versão do Kinect para Windows.




Ao contrário do que aconteceu em 2011, os tablets e o 3D não monopolizaram (quase) todas as apresentações mediáticas da feira, embora tenham garantido os seus segundos de fama, como fomos destacando aqui no TeK. Além dos equipamentos pensados para um futuro próximo e à superfície, as apresentações de tablets nesta CES 2012 também visaram o futuro… e o mundo subaquático.



A Fujitsu atraiu a atenção da imprensa para o seu tablet à provada de água, o Arrows, que durante a apresentação no certame esteve mergulhado num aquário (aconteceu o mesmo ao smartphone da fabricante que já referimos, também ele à prova de água).






A Sony também contribuiu para enriquecer a lista de anúncios ligada aos tablet PC e partilhou na CES a sua visão do futuro em relação ao conceito. Quem passava pelo expositor da fabricante japonesa podia mexer em dois protótipos que revelavam algumas ideias sobre design, mas muito poucos detalhes sobre características técnicas.

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Tal como os tablets, também o 3D este ano teve menos protagonismo mas não deixou de aparecer em vários produtos. É uma das características do televisor de 84 polegadas com alta-definição que a LG apresentou no evento, por exemplo.



No entanto, a LG acabou por dar mais nas vistas com o televisor OLED de 55 polegadas que também apresentou no certame. A medida do ecrã é a mesma escolhida pela Samsung que também mostrou um Super OLED em Las Vegas.



Sobre 3D vale ainda a pena referir que a CES foi palco para a primeira demonstração de interoperabilidade com óculos 3D, entre dispositivos de várias macas. É o resultado do trabalho da iniciativa Full 3D Glasses, que junta várias fabricantes.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira