É como uma espécie de revolução silenciosa que promete mudar a forma como reproduzimos música, fotos e vídeos em casa. A tecnologia DLNA (Digital Living Network Alliance), estabelecida em 2003 como padrão para troca de informações entre dispositivos eletrónicos de vários tipos, conta hoje com mais de 200 marcas de equipamentos aderentes e uma base instalada de 440 milhões de dispositivos em todo o mundo – dados do início de 2012.



Provavelmente, o televisor, o telemóvel, o notebook ou o sistema de som que já possui em casa são compatíveis. Muitos dos utilizadores desconhecem esta situação e, mesmo quem o sabe pouco tirará partido das suas capacidades. A mesma dispersão que ajudou a tecnologia DLNA a vingar, está também a ofuscar a sua real utilidade. A um nível que a concorrência começa a espreitar, ameaçando baralhar ainda mais os consumidores.



O Tek explica-lhe de forma simples o que pode fazer com um dispositivo DLNA e quais as alternativas de comunicação “inteligente” que começam a surgir, para que possa ligar toda a parafernália de equipamentos que possui em casa.



O que é o DLNA?

Em termos básicos, é uma tecnologia standard que permite a vários dispositivos eletrónicos de áudio, vídeo, dados e comunicações “falar” entre si, de modo a que o utilizador possa reproduzir conteúdos a partir de – e para - diversos tipos de equipamentos.



Todos os dispositivos com DLNA deverão incluir este logo:

[caption]DLNA Certified[/caption]

O padrão DLNA tem como tecnologia base o Universal Plug & Play, protocolo usado para definir o tipo de dispositivo que a tecnologia DNLA vai suportar – se é em modo de servidor, de processamento ou simplesmente de controlo – e a forma como a informação vai circular em rede. A partir daí, as especificações DLNA definem quais os tipos de formatos suportados, bem como as especificações dos conteúdos ao nível da resolução e codificação, por exemplo.



A tecnologia DNLA funciona sobre redes de dados – cablados ou sem fios, desde que compatíveis com esta norma – permitindo a troca de informações entre os equipamentos que suportem DLNA.



Por exemplo, permite reproduzir num televisor os vídeos guardados num computador, num telemóvel ou num sistema NAS; mostrar no televisor ou num computador as fotos diretamente a partir de uma máquina fotográfica compatível; enviar para o sistema Hi-Fi lá de casa as músicas guardadas no computador, usando o smartphone para gerir a reprodução; enviar para um disco de backup os ficheiros multimédia guardados num tablet, num smartphone ou numa câmara; ligar uma pen USB a um leitor de Blu-ray e reproduzir os vídeos guardados num telemóvel; e imprimir diretamente a partir de uma câmara para uma impressora compatível.



A lista de possibilidades é vasta e o seu crescimento está intimamente ligado ao lançamento de novos produtos e tipos de conteúdos.



Neste vídeo pode ver como configurar uma rede DLNA:



Segundo a Aliança DLNA- entidade sem fins lucrativos gestora desta norma - existem atualmente cerca de nove mil tipos de equipamentos com certificação DLNA, com destaque para os televisores, câmaras digitais, consolas de jogos, impressoras, smartphones, computadores, servidores NAS, Routers Wi-Fi, servidores de Média, tablets, leitores de Blu-ray e amplificadores de cinema-em-casa.



Para saber se os seus equipamentos que tem em casa são compatíveis com esta norma, ou se a compra que pretende fazer já contempla a norma DLNA, a Aliança DLNA possui ferramentas online para confirmar qualquer dúvida.



As (in)compatibilidades do DLNA

Apesar de contar com o apoio da esmagadora maioria dos fabricantes de eletrónica de consumo e informática – incluindo gigantes como a Sony, Matsushita, HP, Motorola, Intel, LG, Samsung, Google e Microsoft, por exemplo – o standard DLNA está ainda longe de ser sinónimo de compatibilidade total entre todos os dispositivos.



Em primeiro lugar, porque existem ainda muitos equipamentos no mercado sem este tipo de suporte – ou porque já são antigos, ou porque simplesmente o fabricante entendeu não contemplar a tecnologia, por questões de preço ou simples marketing.



Outra razão para uma possível incompatibilidade surge, curiosamente, pela criação de funcionalidades em cima das especificações DLNA. Se é verdade que o DLNA permite atualizar os equipamentos para novas versões, o mesmo não acontece com tecnologias adicionais, que a usam como base.



O caso mais paradigmático dá pelo nome de Allshare. Trata-se de uma tecnologia da Samsung, que funciona sobre DLNA, mas que promete um leque alargado de funcionalidades e acesso a serviços da Samsung, a partir de televisores, leitores de Blu-ray e smartphones.



A Samsung refere, por exemplo, que é possível aceder de forma mais simplificada aos serviços de SmarTV, ao espaço na Cloud e à partilha de ficheiros áudio e vídeo - seja através de uma rede cablada, seja em modo Wireless. Mas para uma solução sem fios, em muitos casos será necessário adquirir um adaptador próprio…



Conheça neste vídeo as principais funcionalidades AllShare:




Neste contexto, a tecnologia Allshare não poderá ser vista como um concorrente direto do DLNA. Antes, como uma opção mais evoluída, que apenas permitirá usufruir de todas as capacidades no caso de os equipamentos serem todos compatíveis Allshare. As funcionalidades desta tecnologia incluem, por exemplo, o Screen Share (para partilha de ecrãs), Zone Share (sincronização entre dispositivos) e o AllShare Cast (transmissão de conteúdos wireless para um televisor, com maior largura de banda).



Concorrência à espreita

A tecnologia AirPlay assume-se como o principal concorrente do protocolo DLNA. A solução da Apple para partilha de ficheiros e conteúdos em rede permite basicamente o mesmo tipo de funcionalidades que os equipamentos baseados em DLNA, mas a Apple optou por manter-se de fora, com a sua própria solução.



Claro que todos os dispositivos Apple com AirPlay são compatíveis entre si (sem esquecer a funcionalidade AirPrint), mas a comunicação com um equipamento DLNA, teoricamente, não o é.

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A menos, claro, que utilizador parta para o Universo das Apps que tentam compatibilizar as tecnologias, cada vez mais usadas para solucionar a falta de ligação entre diferentes protocolos.



O TeK deixa aqui duas soluções: o AirSync, para sincronizar e fazer streaming de conteúdos a partir de um equipamento iOS para dispositivos Android, via Wi-Fi; e o media:connect, da Persona Software, que oferece compatibilidade DLNA em dispositivos com iOS e OS X.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico