As conclusões da análise dos investigadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, foram publicadas esta semana na Nature Ecology & Evolution, traçando um roteiro, que foi transformado em mapa, do potencial de descoberta de novas espécies. O objetivo é ajudar os governos e as instituições científicas a perceber onde concentrar os esforços na documentação e preservação da biodiversidade.

Os investigadores acreditam que apenas 10 a 20% das espécies na Terra foram formalmente descritas e que ainda há muitas descobertas a fazer, e animais para identificar, e ao ritmo do desaparecimento das espécies é possível que muitas acabem por se extinguir antes de serem conhecidas.

Para identificar o potencial de descoberta nas várias classes de espécies, anfíbios, mamíferos, aves e répteis, os investigadores recorreram a 11 fatores chave e mapearam a sua distribuição pelo mundo. Foram reunidos dados exaustivos de localização, alcance geográfico, datas históricas de descobertas e outros dados relevantes.

Como se pode ver no mapa que está disponível online, a possibilidade de descoberta de novas espécies varia muito, mas é no Brasil, Indonésia, Madagáscar e Colômbia que existem ainda as maiores oportunidades de identificar novas espécies. Concentram-se aqui cerca de 25% das probabilidades identificadas outras características ambientais e biológicas de cerca de 32.000 vertebrados terrestres conhecidos e esse estudo permitiu fazer a extrapolação para a localização e tipos de espécies desconhecidas dos quatro principais grupos de vertebrados que são mais provavelmente identificáveis.

Os investigadores Walter Jetz, que foi o autor do Mapa da Vida, e Mário Moura, antigo académico em Yale e atual professor na Universidade Federal da Paraíba, querem agora juntar esforços de cientistas de todo o mundo para alargar o mapa da vida desconhecida a espécies vegetais, marinhas e invertebradas.

O mapa das espécies desconhecidas que foi compilado está disponível online de forma interativa através deste link. No site pode ainda navegar pela base de dados do Mapa da Vida e conhecer melhor algumas das espécies de animais identificadas.

Os dados recolhidos estão disponíveis para download no site e é ainda possível aceder ao código da análise e da criação dos mapas no GitHub.