A pensar nos jovens que têm dúvidas sobre se o este ensino profissional é um rumo adequado a seguir, a Fundação José Neves lançou um novo guia que se quer afirmar como uma ferramenta essencial de apoio para estudantes e para as suas famílias.
De acordo com dados avançados pela Fundação, no ano letivo de 2020/2021, 39% dos alunos portugueses estavam matriculados no ensino profissional. Portugal está entre os 10 países da União Europeia com menor percentagem de alunos neste tipo de ensino, estando também abaixo da média europeia (49%).
“É importante contrariar o preconceito relacionado com o ensino profissional e realçar as mais-valias desta via”, afirma Carlos Oliveira, Presidente Executivo da Fundação José Neves, citado em comunicado.
Como realça o responsável, esta via de ensino “pode revelar-se bastante vantajosa, sobretudo no rápido ingresso no mercado de trabalho e no aspecto salarial no início da carreira, além de dotar o mercado de trabalho de profissionais qualificados e com experiência prática”.
Embora requeira “uma uma maior atualização de competências ao longo da vida”, “essa é uma realidade cada vez mais transversal no mercado de trabalho, independentemente da via que se escolha”, indica Carlos Oliveira, lembrando que “o ensino profissional permite prosseguir os estudos para o Ensino Superior”.
No guia, os jovens podem encontrar dados sobre os alunos e diplomados do ensino profissional, analisar vantagens e desvantagens deste tipo de ensino e consultar sugestões desenhadas para quem pretende seguir por esta via.
O "Guia sobre o ensino profissional: uma escolha com futuro” está disponível, tanto para consulta online como para download gratuito, através do website da Fundação José Neves.
Entre preconceitos e oportunidades
Segundo os dados reunidos pela Fundação José Neves, 14 meses depois de concluírem um curso profissional, 51% dos jovens estavam a trabalhar e 9% estavam a trabalhar e a estudar em simultâneo.
Olhando para o início da vida profissional, um jovem que tenha optado pelo ensino profissional terá maior probabilidade de obter emprego e uma remuneração mais elevada do que quem tenha escolhido o Ensino Científico-humanístico. Um em cada cinco jovens que concluíram cursos profissionais obtêm emprego na empresa onde estagiaram.
Os dados dão também a conhecer que um terço dos jovens que concluíram um curso profissional optam por prosseguir os estudos. Deste conjunto, 22% frequentaram uma licenciatura numa universidade, 23% uma licenciatura num instituto politécnico e 48% optaram por Técnico Superior Profissional (TeSP).
No entanto, o preconceito associado ao ensino profissional continua enraizado na sociedade. Um estudo de 2013 da Mckinsey, onde foram inquiridos mais de 5.200 jovens em oito países europeus, incluindo Portugal, revela que os próprios jovens assumem o preconceito.
Em cinco dos países analisados, os estudantes que terminaram uma licenciatura universitária consideraram que a sociedade valoriza mais um curso académico do que cursos profissionais. Por outro lado, 80% acreditavam que o ensino profissional provavelmente teria sido mais útil para encontrarem um emprego, com 63% a referirem que teriam preferido optar por esta via.
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