O endereço expresso.pt e sicnoticias.pt reúnem agora as notícias do jornal do Grupo Impresa e do canal SIC Notícias, em formato simplificado com base em WordPress e sem o histórico e funcionalidades a que os leitores estavam habituados. Em ambos os casos é assumido que é um formato provisório.
"Queremos, aqui, dar-lhe as boas-vindas uma vez mais. Garantindo-lhe que, não sendo ainda este o nosso site, não sendo ainda estas as circunstâncias ideais para cumprirmos a nossa missão, vamos dar tudo o que temos para não o deixar mal nestes dias importantes da nossa história", escreve a direção do Expresso.
O comunicado publicado ontem na página provisória do Expresso, adianta que "fazemos isto porque hoje, como desde o dia em que nasceu, o Expresso nunca desistirá de lutar pelo Estado de Direito, pela Democracia, pela liberdade. Pela #liberdadeparainformar, o nosso lema nestes dias".
Também no site da SIC Notícias há uma mensagem da direção de informação. "Os sites do Grupo Impresa estiveram indisponíveis desde domingo devido a um ataque informático. Mesmo assim, a SIC Notícias continuou a informar os seus seguidores através das redes sociais. A partir de hoje, até recuperarmos totalmente a situação, este site provisório permite-nos voltar a disponibilizar alguns dos nossos conteúdos"
A comunicação indica que "estamos a trabalhar para recuperar os restantes conteúdos e esperamos que continue a acompanhar o nosso trabalho em sicnoticias.pt".
As notícias mais antigas no site do Expresso têm dada de 2 de janeiro às 17h, enquanto as da SIC Notícias são datadas de 4 de janeiro, pelas 12 horas.
O site da SIC, em sic.pt, e outros sites do Grupo continuam offline, assim como a plataforma OPTO, onde o Grupo disponibilizava conteúdos de vídeo em modo de streaming,
O Grupo Impresa foi alvo de um ataque do Lapsus$ Group a 1 de janeiro que afetou os sites da SIC e do Expresso, a TV e o Jornal do Grupo, mas também a plataforma OPTO, que apresentavam uma mensagem dos hackers Lapsus$ Group, exigindo o pagamento de um resgate num típico modelo de ataque de ransomware.
Para além dos sites o grupo terá tido acesso à conta de Twitter do Expresso, publicando a mensagem “Lapsus$ é oficialmente o novo presidente de Portugal” e convidando os leitores a juntarem-se ao grupo de Telegram onde têm sido divulgados os ataques.
Ainda no dia 1 de janeiro a Impresa admitiu o ataque de que foi alvo, considerando que este é um "atentado nunca visto à liberdade de imprensa em Portugal na era digital", e confirmando estar a trabalhar com a Polícia Judiciária e com o Centro Nacional de Cibersegurança. A empresa adianta ainda que vai apresentar uma queixa crime.
Três dias depois já muito se especulou sobre o ataque, a forma como os hackers poderão ter tido acesso aos sistemas, se a Impresa estava ou não preparada para resistir a um ataque informático, que bases de dados estarão encriptadas, que dados foram roubados e o que terá sido afetado. Mas só quem está por dentro da operação que tenta recuperar o controle dos sistemas é que sabe a extensão dos danos.
Foram enviadas mensagens de SMS para alguns assinantes do Expresso, o que indicia que os hackers tiveram acesso a informação dos utilizadores. Por segurança o próprio Expresso e a SIC Notícias estão a pedir aos utilizadores para não acederem ou reencaminharem as mensagens que estão a ser enviadas em nome das marcas.
Ainda ontem o SAPO TEK publicou uma reportagem sobre o ataque, quando os sites ainda estavam offline, recuperando o que se sabe sobre o ataque cujos efeitos vão mais além do que as páginas web, afetando os sistemas internos das redações da TV e do jornal, incluindo arquivos, emails e telefones dos jornalistas. As notícias continuam a ser divulgadas nas redes sociais e a emissão da TV continua, mas com grandes dificuldades e limitações.
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