O recente caso da adolescente desaparecida durante oito meses e resgatada pela PJ tem feito manchete na imprensa nacional. A Polícia Judiciária disse que a jovem estabelecia uma suposta relação amorosa com um homem de 48 anos através de jogos online. O SAPO TEK apurou que se tratava de uma consola PlayStation e foram diferentes títulos online que foram utilizados na comunicação entre os dois.

No comunicado, a PJ refere que o suspeito se aproveitou “da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil”. Este ponto tem aberto novos debates sobre os perigos associados às ferramentas de comunicação oferecidas nos videojogos. Muitos pais não têm conhecimento deste contacto direto que os seus filhos menores mantêm com estranhos, podendo levar a consequências como o caso em questão.

As consolas e até certos videojogos têm ferramentas de controlo parental que podem ser ativados, ajudando a mitigar o perigo de exposição dos mais jovens. Mas existem outros problemas que podem surgir quando decide jogar online, fazer compras de títulos pela internet e outras questões fundamentais como a conetividade em espaços públicos. Mas não são apenas os jovens em perigo, certas questões dos jogos online podem afetar qualquer jogador adulto.

Conheça algumas dicas para se proteger a si e aos mais novos dos perigos dos jogos online.

1 – Ative o controlo parental das consolas e serviços para proteger os mais novos

Os jogos online, pela sua dinâmica social, a nível de comunicação, podem abrir portas a utilizadores tóxicos, que fazem bullying ou como no caso polémico da atualidade, podem ser predadores sexuais. As consolas de videojogos e até algumas redes sociais oferecem controlos parentais onde pode limitar o tempo de utilização, mas também uma monitorização de contactos, por exemplo. O Snapchat é uma das redes sociais mais preocupada no tópico e lançou funcionalidades para proteger os mais novos nas mensagens.

O SAPO TEK também já explicou como ativar os controlos parentais gerais da PlayStation 5 e da Nintendo Switch. Sobre as salas nos jogos, terá de ver caso a caso, se os mesmos oferecem opções de desligar as conversas. No Roblox, por exemplo, pode definir PINs que limitam o uso do chat. Mas outros jogos como Minecraft e Fortnite também permitem desliga-los.

2 – Verifique se o jogo se adequa à idade das crianças

Muitos jogos online, sobretudo em géneros como MMOs e MOBAs oferecem janelas de chat de comunicação. Mas os produtores têm em conta que se tratam de jogos para determinada idade, sejam para maiores de 16 ou 18 anos, por exemplo. Isso faz com que se dispensem as referidas ferramentas de proteção dos mais jovens.

Os pais têm a obrigação de verificar e limitar o acesso aos jogos aos seus filhos que não têm idade para os jogar. Os jogos estão classificados com a idade mínima para jogar, através das recomendações do PEGI. O sistema ainda é utilizado como lei em poucos países (como o Reino Unido), mas a União Europeia já votou a favor a integração do PEGI como ferramenta legislativa para proteger os menores.

3 – Aumente a segurança das suas contas dos jogos e consolas

Sejam os mais jovens, como também adultos, ninguém está verdadeiramente seguro no mundo online e nos videojogos isso não é exceção. Por isso deve garantir que as suas contas dos jogos e consolas, normalmente com credenciais conectadas a serviços bancários para pagamentos, devem estar protegidos. Para tal defina uma palavra-chave forte, sempre que possível defina a autenticação de dois fatores.

Não deve utilizar a mesma password em diferentes serviços e claro, nunca partilhar com ninguém as mesmas. Sempre que joga num computador ou consola partilhada faça logout. No que diz respeito a pagamentos, tente utilizar sempre cartões de crédito pré-pagos ou vouchers com códigos de resgate dos conteúdos, mas…

4 – Tenha atenção onde compra os seus códigos de jogos e serviços

Se pretende comprar jogos ou serviços de gaming online, tenha a atenção de os adquirir em lojas de confiança e de vendedores certificados. Além de potenciais burlas, como códigos que já foram utilizados, também pode ser vítima de eventuais esquemas de phishing e malware. Deverá dessa forma adquirir em lojas certificadas pelas fabricantes das consolas, como as suas próprias plataformas, no PC pode optar pelo Steam, Epic Store, GoG, Uplay, Origin, com associações diretas às principais editoras.

No caso de jogos para smartphones, o mais seguro é manter-se nas plataformas Google Play para Android e Play Store para equipamentos da Apple. E caso encontre boas promoções numa loja online que não conheça, antes de finalizar a transação faça uma pesquisa pelas comunidades de gaming para obter feedback se houve vítimas de burla ou outros problemas.

5 – Conheça a origem dos downloads de mods e outros ficheiros

Mais direcionado ao gaming no PC, muitos jogos podem sere modificados esteticamente ou melhorados com conteúdos produzidos pela comunidade. Esta é uma oportunidade para muitos esquemas de phishing, aproveitando-se de jogos populares para esconder malware ou spyware nesses conteúdos. Por isso, verifique sempre a origem dos ficheiros e consulte nas comunidades a veracidade dos mesmos.

Lembre-se ainda que muitos jogos online proíbem o uso de mods que alterem as regras, os chamados “cheats”, batotas que podem levar as editoras a banir as contas, sobretudo em FPS competitivos, MOBAS e nos MMOS, os bots, ferramentas que automatizam algumas mecânicas repetitivas dos jogadores.

6 – Evite jogar online em redes Wi-fi públicas

Nunca se sabe se as redes públicas de cafés ou outros locais são realmente seguros. E uma rede Wi-fi comprometida pode colocar em perigo o sistema operativo do computador. Existem situações de hotspots falsos de conexão que intercetam os dados dos utilizadores com consequências negativas.

Caso precise de utilizar uma Wi-fi pública, considere utilizar uma VPN, que garante uma ligação segura, salvaguardando os seus dados pessoais. As VPNs, no caso dos jogos online, ajudam também a identificar os servidores mais rápidos e com menor latência.

7 – Mantenha os jogos atualizados para evitar vulnerabilidades

Os jogos online, como qualquer outro software, são passíveis de vulnerabilidades que os produtores corrigem. As consolas e serviços como o Steam, praticamente obrigam a manter os jogos atualizados, mas se não for o caso, faça verificações manuais para garantir que os títulos que joga estão atualizados, mesmo que não sejam essencialmente competitivos. Existe sempre o perigo dos jogos servirem como porta de entrada a ciberataques, caso tenham vulnerabilidades.

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