O BIG Smart Cities by Vodafone Power Lab, realiza-se em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e pretende fomentar o desenvolvimento de novas ideias de negócio, orientadas à sustentabilidade e tendo como pano de fundo cenários urbanos. Procuravam-se projetos nas áreas da Smart Mobility, Smart Energy, Smart Tourism, Smart Living e impunha-se como condição que as ideias apresentadas fossem desenhadas para tirar partido das Redes de Nova Geração.
À reta final do concurso, que oferece 10 mil euros ao vencedor para transformar a ideia em realidade, chegaram 15 projetos. O vencedor foi conhecido esta terça-feira, mas não subiu ao palco sozinho. Outras três ideias receberam uma menção honrosa e podem estar na lista das próximas inovações a contribuir para criar um mundo melhor. Algumas das iniciativas estão focadas na capital portuguesa (pelo menos para já), mas todas podem ser exploradas em qualquer parte do mundo.
Lisboa de bicicleta? parece impossível mas não é
Lisboa Horizontal é o nome do projeto que venceu a terceira edição dos prémios, com uma ideia simples, mas original: criar uma aplicação de navegação que facilite a vida a quem gosta de andar de bicicleta e está na capital.
As sete colinas de Lisboa marcam a paisagem e sem dúvida que lhe dão um traço único, mas transformam numa verdadeira aventura qualquer plano para um passeio de bicicleta. Os promotores da Lisboa Horizontal pesquisaram e descobriram que afinal nem todos os circuitos são exclusivos a uma condição física fora de série. É possível passear na cidade evitando escaladas ousadas em zonas de grandes subidas e descidas.
A aplicação que idealizaram identifica e ajuda o utilizador a tirar partido de percursos sempre com uma inclinação inferior a 4%. Nesse universo de opções vai mostrar as rotas mais rápidas, as menos inclinadas e até aquelas que só descem, mas também integra esta informação com a dos transportes públicos, para quem só pode fazer parte do trajeto de bicicleta.
Quando a arquitetura determina a próxima viagem
A pensar no turismo de arquitetura, que ao longo dos últimos anos tem ganho expressão, a Archpaths idealizou uma aplicação, a ar|Pa que fornece informação de contexto sobre edifícios e locais de interesse arquitetónico produzida por quem saiba do assunto. A ideia valeu ao grupo uma menção honrosa, tal como aos dois projetos seguintes.
Os conteúdos estarão associados ao mapa que localiza e georreferencia locais de interesse, dando ao visitante a possibilidade de criar o seu próprio itinerário, em função dos locais que mais lhe interessam. Também poderá ser usada para fornecendo pistas a quem prefere passear sem rumo pré-determinado apontando o que há para visitar nas proximidades.
A aplicação vai disponibilizar informação sobre os autores de cada obra, fotos, desenhos, plantas, descrições em texto e documentos em vídeo ou áudio, que ajudem a explorar cada local referenciado como de interesse.
Terá versões para iOS e Android e será paga. O utilizador pode optar por desbloquear informação por proximidade, ou por ter acesso a todos os conteúdos disponíveis. Os preços vão variar entre 1,99€ e os 4,99€.
A agricultura do futuro começa agora
O Coolfarm é uma ideia para melhorar os produtos que chegam ao consumidor. Como? Intervindo na fase de produção. Está direcionado à agricultura e centrado em novos meios de produção, que ajudem a otimizar recursos e a endereçar os problemas relacionados com a capacidade de adequar as condições existentes àquilo que podemos produzir.
O modelo de negócio que a equipa envolvida no projeto está a desenhar vai combinar hardware e serviços, numa plataforma que recolhe informação sobre o ambiente e as plantas, para poder determinar as necessidades que estas têm.
Os promotores explicam que a grande diferença entre este projeto e a concorrência está precisamente no potencial da informação que o Coolfarm consegue recolher e nas portas que isso abre a futuros desenvolvimentos que tirem partido de tecnologias na área da inteligência artificial ou machine learning. O protótipo do produto foi concluído em setembro do ano passado. Os testes devem prosseguir até ao início de 2016, altura em que avançará a fase de comercialização.
Os sons também podem ser cores
A empresa espanhola Visualfy está a criar um sensor que recolhe permanentemente informação da casa e "aprende" com a sua atividade diária. Vai custar entre 200 e 400 euros e funcionará em coordenação com uma aplicação móvel que já está disponível, para ajudar pessoas cegas ou surdas a receberam notificações e alertas que essas limitações dificultam. Choro de bebes, toques de campainhas ou alarmes são alguns dos sons frequentes no lar que a Visualfy pode ajudar a traduzir.
Por enquanto está disponível a aplicação móvel, que conta com versões premium (1€ para descarregar) e Lite, já com 5 mil downloads. A primeira sem publicidade e com alguns automatismos adicionais. A app permite definir sinais visuais (com cores) ou vibratórios para gerir funcionalidades no smartphone, como o email ou agenda por exemplo.
Os promotores da aplicação tiveram em conta que em todo o mundo existem 360 milhões de pessoas com problemas de audição. Há 1,1 mil milhões de pessoas em risco de perder audição e os custos das soluções de acessibilidade que atualmente permitem minimizar o impacto deste tipo de problemas, adaptando uma casa às limitações do seu proprietário, por exemplo, são elevados.
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