O Facebook anunciou ontem a compra do Instagram, uma das mais bem-sucedidas aplicações móveis para edição (adição de filtros) e partilha online de fotografias. Lançado há apenas 18 meses, conta com cerca de 30 milhões de utilizadores e ganhou a semana passada uma versão para Android.

No primeiro dia, o Instagram para Android foi descarregado um milhão de vezes e em seis dias o número disparou para os 5 milhões de downloads, um marco que a primeira versão da aplicação (para iOS) precisou de seis meses para atingir, e que ajuda a perceber a dimensão que entretanto ganhou. O sucesso está de tal forma comprovado, que o Facebook está disposta a pagar mil milhões de dólares pela titularidade do serviço.

Mas um dia bastou para que os utilizadores do Instagram dessem provas de que nem todos estavam "pelos ajustes" com a mudança de mãos - que implica também a transferência da propriedade dos seus dados para a empresa responsável pela maior rede social do mundo.

Mark Zuckerberg veio a público garantir que os utilizadores da aplicação para edição e partilha de imagens continuariam a ver assegurada a "possibilidade de publicar noutras redes sociais, de não partilhar os seus Instagrams no Facebook se não quiserem, e de seguir e ter seguidores de forma independente da lista de contactos no Facebook".

As "garantias" não terão, no entanto, sido suficientes, e sucedem-se os relatos na imprensa internacional de um aumento explosivo da utilização de serviços para exportar ficheiros do Instagram e de utilizadores que afirmam, no Twitter, estar em processo de encerramento das suas contas.

Se é dos que não ficou convencido mas não está interessado em abdicar das suas capturas de imagem com um ar envelhecido, romântico ou pop, está na altura de pensar em soluções para salvar os seus Instagrams e encontrar aplicações que substituam o serviço. Não se preocupe, alternativas é o que não falta.

Começamos pelo princípio: salvar as imagens que já criou e apagar a conta. Para ajudar na primeira, existem alguns serviços bastante populares. O Instaport é dos mais usados e permite exportar as imagens em formato ZIP, mas é apontado por alguns como uma solução para "Instagrammers descontentes". Em alternativa, pode optar, por exemplo, pelo Copygram ou pelo Instagrid - que permite manter as etiquetas (tags) associadas às fotos mesmo que pretenda desativar a conta no Instagram.

Salvaguardados os documentos, pode ganhar coragem e seguir em frente com o processo de desativação da conta, mas lembre-se que é uma viagem sem retorno. Conta, fotos, comentários, gostos e contactos serão todos apagados sem exceção. A empresa avisa que, não só, não é possível reativar contas, como fica também inviabilizado o recurso ao mesmo nome de utilizador.

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Posto isto, passamos a sugerir aplicações a que pode recorrer em alternativa ao Instagram. Na impossibilidade de listá-las todas (e inutilidade de um processo do género), optámos por algumas que nos parecem suprir diferentes tipos de necessidades e cobrir um leque mais ou menos alargado de dispositivos. Porque, embora o serviço que serve de mote ao artigo apenas estivesse disponível para as plataformas iOS e Android, nem só destas plataformas se faz o mercado de smartphones.

Assim sendo, começamos precisamente por uma solução que, para além do Android, assegura versões compatíveis com BlackBerry e Symbian. Foi aliás, na Ovi Store que fez a sua estreia. Chama-se Molome, é de utilização gratuita e também assegura a disponibilização de filtros (18), assim como a partilha dos resultados noutras redes sociais e integração com o Facebook e Twitter. Para usar o serviço - ele próprio semelhante a uma rede social - o utilizador precisa de criar um perfil e pode "seguir" e "ser seguido".

[caption]Lightbox[/caption]

Outra das aplicações incluídas na lista de hoje que não oferece suporte ao iPhone é o Lightbox, para além de disponibilizar os populares filtros para manipulação das imagens, oferece um site para alojamento das fotos (que funciona também como um blog para publicação daquelas que o utilizador classifique como públicas) e permite partilhá-las em serviços como o Facebook, Twitter, Tumblr, Flickr e Foursquare.

Seguindo a mesma linha em matéria de funcionalidades, mas passando agora a soluções compatíveis tanto com Android como com iOS, é chegada a altura de referir um "campeão" em matéria de filtros: o Pixlr-o-matic (para Android e iPhone).

Este serviço - que conta também com uma versão baseada na Web, para quem quiser aceder a partir do browser - oferece uma vasta panóplia de filtros de cor e distorção, efeitos de luz e molduras. A seleção faz-se em três passos e é reversível. Trata-se no entanto de uma solução sem a componente "social" de outras aqui referidas. Permite, porém, a partilha dos resultados no Facebook.

[caption]Pixlrm-o-matic[/caption]

[caption]EyeEm[/caption]

Mais recente e também compatível com o sistema operative móvel da Google e com o da Apple é o EyeEm, que além dos filtros (que podem ser estados em tempo real, enquanto se prepara para disparar a máquina) assegura o seu próprio serviço de partilha de imagens - a juntar à integração com o Facebook, Twitter, Flickr e afins.

Mais peculiar é a aposta na capacidade de o serviço agrupar automaticamente as fotografias em grupos de interesses de acordo com as etiquetas que os utilizadores colocam nas imagens. A funcionalidade ajuda os utilizadores a encontrarem imagens que lhes interessem e a subscreverem as publicações de outros com os mesmos gostos. A app também permite procurar utilizadores nas mesma zona geográfica.

Outro dos serviços que coloca particular ênfase na partilha, mas neste caso com grupos selecionados de amigos, é o Pinweel. De utilização gratuita, assegura os habituais filtros e apresenta-se como uma alternativa interessante para os mais preocupados com a privacidade.

Menos seletivo, mas mais popular, é o PicPlz, que também já anda nestas andanças há mais tempo. A solução, disponível para Android e iPhone, oferece uma dezena de filtros, a possibilidade de fazer pequenos retoques (como eliminar olhos vermelhos, por exemplo) e promove a partilha do resultado nas mais populares redes sociais e serviços de alojamento de fotos. Tem a particularidade (útil) de assegurar upload direto para o DropBox.

[caption]picplz[/caption]

Quem também promove a partilha de imagens, mas num sistema semelhante ao de um microblog - que justifica que lhe tenham chamado "o Twitter das fotos" - é o TaDaa. Uma solução que inclui filtros e ferramentas para captura de fotografias, mas também um sistema de classificação das imagens. Assim, os utilizadores podem procurar imagens e fotógrafos com base nas avaliações do seu trabalho.

Se entre os filtros, os que o convencem são os que dão às imagens um aspeto semelhante ao conferido pelas câmaras mais antigas, a solução pode passar antes pela Retro Camera (para Android e iPhone), uma aplicação que inclui, por exemplo, efeitos que imitam as imagens captadas por uma Pinhole ou por uma Polaroid.

O resultado é oferecido na forma de postais para partilhar no Facebook, Twitter ou por email e as imagens podem também ser partilhadas a partir das aplicações nativas para guardar ficheiros no iPhone e no Android.

Se a ideia é criar postais, há mais um nome a anotar: Hipster. A aplicação permite recorrer a fotografias guardadas no telemóvel para criar postais com direito a texto e molduras.

[caption]Hipster[/caption]

Também para captar imagens, aplicar filtros e partilhar, existe o PicYou, mais um de utilização gratuita, mas compatível apenas com iPhone.

[caption]Hipstamatic[/caption]

Para o fim deixámos uma alternativa que é tão parecido com o Instagram que até partilham o serviço de partilha de imagens. Só que este não foi comprado pelo Facebook. Chama-se Hipstamatic.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes