Início do ano é normalmente altura de fazer o balanço dos últimos 12 meses e de apresentar expectativas (se não para um período maior, pelo menos) para os próximos 12. São por isso muitas as fabricantes, consultoras, instituições financeiras que gostam de deixar as suas projecções, umas vezes mais fundamentadas outras menos, sobre o futuro, a curto, médio ou longo prazo.



Pelas suas características, a área da ciência e da tecnologia é uma das mais produtivas neste contexto, com as sugestões a surgirem de várias frentes.



As consultoras são, normalmente, as primeiras a antecipar tendências. A Gartner, por exemplo, deixava, no final de Novembro, um conjunto de oito previsões na área das tecnologias para os próximos anos. A empresa acredita, entre outras coisas, que até 2015 as infra-estruturas críticas dos países do G20 serão vitimadas por ciberataques.



No mesmo ano, novas ferramentas entretanto desenvolvidas, juntamente com sistemas de automação, terão eliminado 25 por cento das horas de trabalho associadas aos serviços de TI. Antes disso, em 2013, 80 por cento das empresas dará tablets às suas equipas de trabalho.



"Regressando" a 2015, fique a saber que este será o ano em que cerca de 10 por cento dos nossos amigos nas redes sociais não serão sequer humanos. Segundo a Gartner, por essa altura os chamados social bots, ou robôs-sociais - ferramentas automáticas usadas pelas empresas que interagem com comunidades de utilizadores de forma personalizada para promoverem as suas marcas - serão comuns.



A IBM já nos habituou aos seus "Next Five in Five" e no relatório mais recente prevê que até 2015 se acentuem tendências tecnológicas como a aproximação entre cientistas e cidadãos ou o surgimento de baterias com maior autonomia.



Os hologramas 3D são outra das realidades para que devemos preparar-nos, segundo a lista da fabricante, assim como a possibilidade de reaproveitar a energia produzida pelos grandes servidores para alimentar sistemas de aquecimento e refrigeração dos edifícios. A IBM considera ainda que até 2015 se assistirá à personalização dos GPS.




Na área da segurança Panda Security e Symantec também deixam as suas projecções. Um dos desafios apontados pelas duas empresas está relacionado com as tecnologias móveis e com a cada vez maior tendência do uso pessoal e profissional em simultâneo dos gadgets, com o potencial de perda de informação crítica a aumentar.



Já no que diz respeito aos telemóveis propriamente ditos, a Panda prevê novos ataques de malware em 2011, mas ainda não numa escala massiva. Dos diversos sistemas operativos em voga, a empresa de segurança prevê que o número de ameaças para Android aumentará consideravelmente ao longo do ano, tornando-se o principal alvo para os criadores deste tipo de ameaças.



O "hacktivismo" e a ciber-guerra, o malware mais orientado para o lucro, as redes sociais e técnicas de engenharia social e os códigos maliciosos dinâmicos, com capacidades de se adaptar para evitar a sua detecção, serão os protagonistas em 2011, segundo a Panda. Haverá também um aumento das ameaças destinadas a utilizadores de Mac, novos esforços para atacar sistemas de 64bits e novos ataques direccionados.



A número um dos processadores também faz questão de antecipar algumas tendências para 2011, ano em que as tecnologias serão ainda mais inteligentes, poderosas e eficientes. Os processadores, tradicionalmente relegados ao computador, continuarão a expandir-se a novos mercados. Cloud e virtualização serão, tal como outros apontam, palavras de ordem para a Intel.



Estes são apenas algumas empresas ligadas à área da tecnologia que decidiram partilhar a sua visão de futuro, mas existem muitos mais recursos online que apontam tendências, e de diferentes e variados sectores.



A Smithsonian Magazine que, em Agosto de 2010, por altura do seu 40º aniversário, publicou a lista das "40 coisas que tem de saber sobre os próximos 40 anos" pode ser um exemplo, isto se não quisermos falar das habituais previsões da "ciência dos astros"...

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Patrícia Calé