Quem vê o ar despachado e entusiasmado de Pac-Man a engolir bolinhas e progredir no labirinto, nem diria que o boneco amarelo come a este ritmo há 32 anos. A data do primeiro lançamento do jogo no Japão, onde foi criado e lançado originalmente, assinalou-se esta semana.



Provavelmente seria difícil ao programador que o criou naquela altura (Tohru Iwatani) para a Namco, com intenção de inventar um título simples e diferente, imaginar que ficaria para sempre na história dos videojogos.



Durante toda a década de 80 o Pac-Man tornou-se um verdadeiro sucesso e foi muito para além dos limites dos ecrãs dos videojogos. Sem alterar o conceito base, foram lançadas novas versões do jogo original - logo em 1982 surgiu Ms. Pac-Man e no mesmo ano o Super Pac-Man - mas não só.



O Pac-Man serviu de mote a uma série animada e até deu tema a um single: Pac-Man Fever de Buckner & Garcia, que em 1982 chegou ao Top 10 dos singles mais vendidos nos Estados Unidos, um tema que pode recordar abaixo.





O Pac-Man não só se tornou o jogo de arcada mais famoso e reconhecido de todos os tempos, como é também um dos mais jogados. Em pouco mais de uma década - até aos anos 90 - terão sido usadas 2,5 mil milhões de moedas de 0,25 dólares para manter viva a fuga aos fantasmas (blinky, pinky, inky e clyde) nos labirintos do jogo, avançam números publicados na Wikipedia.



Na enciclopédia online também se sublinha que 94% dos americanos reconhecem o comilão amarelo, um valor apurado pelo Davie-Brown Index, um índice que avalia o reconhecimento de milhares de marcas junto do consumidor e que é revelador da dimensão do fenómeno.



Pac-Man começou por chamar-se Puck-Man, uma designação inspirada no termo japonês paku-paku que traduz uma boca a abrir e fechar. A internacionalização ditou a alteração do nome do jogo, centrado num boneco amarelo inspirado numa pizza à qual falta uma fatia.



Das arcadas, o Pac-Man passou entretanto para as consolas e daí já saltou para as aplicações móveis, com versões pagas e gratuitas para smartphones.



Online mantêm-se disponíveis várias versões em inúmeros sites de jogos. Deixamos duas referências: para o maior jogo de Pac-Man do mundo e para o doodle jogável que a Google lançou há dois anos, na data em que o jogo assinalava o seu trigésimo aniversário.



O maior Pac-Man do mundo é uma iniciativa da Namco Bandai, em parceria com a Microsoft e a produtora Soap Creative. Os vários níveis do jogo interligam-se entre si e têm a particularidade de ser criados por quem vai jogando.

Para criar níveis é necessário um registo, mas só para jogar não. O maior jogo de Pac-Man do mundo foi lançado para assinalar a estreia do Internet Explorer 9 e mostrar as capacidades do browser e das novas tecnologias que integra, mas também funciona nas versões modernas de outros browsers.

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O doodle da Google, ilustração que a marca usa para destacar efemérides e episódios relevantes em determinados dias, também ainda está "consumível" e pode jogar-se.

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No site oficial da Namco para a marca também é possível conhecer as últimas novidades, além do maior Pac-Man do mundo como já referimos, que passam pelo Pac-Man Party, o Pac-Man Championship Edition DX ou o Pac-Man Kart Rally.

O Party está disponível apenas para Wii, já o Kart Rally e o Championship Edition também foram desenvolvidos a pensar nas plataformas móveis. Ambos têm versão mobile. O Championship está ainda disponível em formato app para iOS, à qual se juntam versões para Xbox Live (compatível com Windows Phone 7) e PS3.



Aqui as cores e os gráficos já não são os de outros tempos, adaptam-se às potencialidades dos equipamentos que os vão receber e em alguns casos trazem à cena um elenco de amigos que "contracenam" com o Pac-Man nas aventuras dos jogos, uma opção que provavelmente será apreciada por uns e pouco compreendida por outros.






Pac-Man Party





Pac-Man Championship Edition DX

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Pac-Man Rally Kart



Em modo clássico o jogo está disponível nas principais plataformas móveis. As versões disponíveis têm preços inferiores a 10 euros, embora também encontre opções mais básicas, de acesso gratuito.



Mas se prefere mesmo os suportes mais tradicionais e quer recuperar memórias do passado - ou experimentar a sensação - e jogar numa arcada, a PT Blue Station na estação de metro da Baixa-Chiado em Lisboa é um dos locais onde pode fazê-lo hoje.



Graças a uma parceria com a Game On, a exposição de videojogos que até ao próximo mês de julho é outra opção interessante para quem quer fazer uma viagem aos videojogos do passado, as máquinas originais estão no centro da cidade à espera de quem passa pela estação.



Fora do universo dos videojogos o Pac-Man continua a aparecer e a fazer felizes os fãs do jogo que gostam de contribuir para eternizar o bonequinho amarelo e os seus fantasmas perseguidores.



A Moleskine, por exemplo, foi uma das empresas que em 2010 fez uma edição especial dos seus blocos anotadores com o Pac-Man como tema. Deve ter corrido bem porque no final do ano passado a empresa voltou a lançar uma edição alusiva ao tema.

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No universo das capas e skins para portáteis o Pac-Man também dá um ar de sua graça. Os exemplos são vários. Apontamos este da portuguesa Colantes, para MacBook, que custa 13,99 euros.

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Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico




Cristina A. Ferreira