Assinalam-se este 5 de outubro os 101 anos da República. A data fica na história do país por ter acolhido a proclamação da República, no culminar de um golpe de Estado que nos dois dias antes fez cair a monarquia e criou condições para o nascimento de um regime republicano.



A República chegou numa época de descontentamento, em que se considerava que a monarquia constitucional não estava a ser bem-sucedida na tarefa de recuperar o prestígio do Portugal de outros tempos, nem na implementação de políticas que trouxessem progresso e crescimento ao país. Com alguns avanços e outros recuos, a República manteve-se até aos dias de hoje, tal como os defensores da monarquia que, em menor número, continuam a defender um regresso ao sistema que organizava Portugal até 1910.



A caminho de mais um ano de comemorações da República propomos um tour por alguns locais que podem ajudar a recuperar a história e a descobrir (ou redescobrir) os pormenores que fazem a história do país no último século.


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Começamos por recomendar uma visita ao site da câmara municipal de Lisboa, onde pode ver imagens e saber a história do edifício a partir do qual foi proclamada a República, os Paços do Concelho. O edifício que começou a ser desenhado durante a reconstrução da cidade de Lisboa pós-terramoto de 1755 serviu de palco ao importante anúncio, como ao longo da história serviu a vários outros. No site da CML pode ler sobre a história do edifício e conhecer as pinturas, as salas e as decorações mais impressionantes.

Um ano após a proclamação da República nasce a sua primeira Constituição que também está online e que pode ser consultada aqui. A Lei fundamental do país mudaria por diversas vezes ao longo dos anos, alterações que pode consultar quem passar pelo site do Parlamento. Aí encontrará um resumo das mudanças mais relevantes introduzidas com as revisões constitucionais, podendo recuar a todas elas e mesmo à primeira Constituição da República, já apontada.

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Entre as mudanças que a República trouxe está também a bandeira nacional, que introduz uma mudança significativa face aos anteriores símbolos nacionais. Essencialmente na cor. Para quem quer perceber melhor as diferenças vale a pena passar pelo site do governo e ver como evoluíram as cores nacionais desde 1143, o tempo de D. Afonso Henriques.



No mesmo espaço online pode perceber como entrou A Portuguesa na República. O hino que a República adotou foi criado anos antes para celebrar a unidade nacional e o orgulho na independência, mas acabou por ser proibido pela Monarquia em eventos oficiais. Voltou à cena com a queda do regime em 1910.




Alinhados os principais elementos de um novo regime, Portugal avançou no século XX equilibrando as heranças do passado com os desafios do futuro que podem ser conhecidas mais em detalhe na imprensa da época.



A Biblioteca Nacional contém um repositório com mais de 1.100 títulos de jornais republicanos publicados em Portugal entre 1848 e 1926, que permitem fazer essa viagem no tempo e perceber o papel de relevo que a imprensa assumiu na divulgação dos ideiais republicanas.

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A literatura e outros documentos históricos são igualmente boas fontes para descobrir como se preparou, como se instalou e como evoluiu a República. Alojado também no site da Biblioteca Nacional de Portugal, o Arquivo da Cultura Portuguesa Contemporânea é por isso mais um endereço que deve guardar nos favoritos para enriquecer uma viagem às estórias da República. Acontece o mesmo com a Torre do Tombo Online, projeto que tem levado à Internet milhões de páginas de documentos que ajudam a contar a história do país. O arquivo Oliveira Salazar é um exemplo, aplicado à história recente e sem dúvida a propósito de uma viagem pela República.

Fechamos com mais duas dicas para ajudar a percorrer os caminhos da República: o Museu da Presidência e uma nota para os Roteiros Republicanos. No primeiro pode encontrar informação sobre os presidentes que fazem a história da República e informação detalhada sobre a programação do Museu este 5 de outubro, quando a entrada é grátis e os eventos para assinalar a data são diversos. Os Roteiros da República, por seu lado, foram criados no âmbito das comemorações do centenário, no ano passado, mas continuam disponíveis online para quem quiser recuperar percursos e locais que fizeram a história da República.

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