Uma análise às aplicações disponíveis nas lojas oficiais do iPhone e do Android concluíram que, tanto a Play Store como a App Store mantêm acessíveis dezenas de aplicações de empresas sancionadas pelos Estados Unidos.

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A análise do Tech Transparency Project (TTP) encontrou na App Store 52 aplicações de entidades russas e chinesas sancionadas e outras 18 na Play Store, entre apps de notícias e apps que oferecem diferentes serviços.

A pesquisa revelou que a Apple aprovou 17 das aplicações depois de as empresas que as suportam já estarem sob sanções dos EUA e permitiu atualizações para 27 das aplicações ligadas a empresas sancionadas, "apesar de afirmar que analisa todas as atualizações de aplicações", como sublinham os autores da análise. A Google permitiu atualizações para 11 das aplicações, "apesar de afirmar que realiza verificações de segurança antes das aplicações serem atualizadas".

As aplicações em questão são geridas por bancos e outro tipo de empresas que apoiam publicamente a invasão da Rússia à Ucrânia, bem como por grupos paramilitares chineses acusados de violar direitos humanos.

A organização defende que a manutenção destas apps nas plataformas pode ser uma violação das sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA, uma vez que para estarem nas plataformas os programadores destas aplicações pagam uma taxa à Apple e à Google. Essa taxa pode ser considerada uma transação financeira, que as sanções americanas proíbem.

As duas empresas foram confrontadas com as conclusões mas só a Google respondeu, emitindo um comunicado onde sublinha o compromisso de cumprir as leis e sanções em vigor. “Se constatarmos que uma conta viola os nossos Termos de Serviço, tomaremos as medidas cabíveis”, disse a empresa, que assim fez.

Tanto a Apple como a Google, quando foram abordadas pelo TTP com os resultados da análise, pediram à organização que fizesse chegar a lista completa das apps suportadas por entidades sancionadas e acabaram por retirar a maior parte das respetivas plataformas.

A Apple removeu 18 apps da lista e manteve online outras 17. A Google retirou 17 e manteve apenas uma das aplicações listadas online.

Como recorda o TTP, a Apple já foi multada antes pelo governo dos EUA por não ter cumprido sanções idênticas na App Store, quando manteve acessível uma aplicação ligada a um traficante de drogas esloveno sancionado em 2019. Na altura a empresa fez um acordo com o Departamento do Tesouro e prometeu tomar medidas para melhorar as ferramentas de triagem de empresas sancionadas.

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