Mais detalhes sobre a parceria entre a Apple e a Google têm vindo a público estes últimos dias, depois do anúncio do esforço conjunto para combater a COVID-19 na semana passada. Desta vez, as gigantes tecnológicas esclareceram que as aplicações que irão rastrear os utilizadores não serão impostas pelos governos aos cidadãos, sendo o mesmo princípio aplicado às entidades estatais. O acesso à API para a criação de apps será restrito às instituições de saúde públicas reconhecidas como tal.

A 10 de abril, as duas gigantes tecnológicas lançaram um comunicado de imprensa, dando a conhecer a iniciativa. O objetivo passa por, através da utilização da tecnologia Bluetooth, "ajudar governos e agências de saúde a reduzir a propagação do vírus", sendo a privacidade e segurança do utilizador elementos essenciais, garantem as empresas.

Esta segunda-feira, e de acordo com o Business Insider, a Apple e a Google deram mais detalhes sobre a parceria numa chamada com jornalistas. Os representantes das gigantes tecnológicas esclareceram que apenas as autoridades de saúde pública poderão criar as aplicações, posteriormente regulamentadas pela App Store e pela Google Play Store.

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Como foi anunciado inicialmente, as empresas planeiam lançar a primeira fase das soluções de apps de rastreamento até meados de maio, através de uma API para Android e iOS. A segunda fase passa por uma atualização do sistema operativo, que permite o rastreamento sem o download de uma aplicação independente. De qualquer forma, se um utilizador testar positivo para COVID-19 ou receber uma notificação de que esteve próximo de alguém que contraiu o vírus, precisará de transferir a aplicação para enviar ou pedir mais informações.

Quais são as fragilidades da tecnologia?

As apps de rastreamento podem ter em consideração a duração da proximidade do utilizador com outras pessoas quando emitem os alertas, de forma a reduzir os falsos alarmes. Assim, as aplicações avisam apenas quando o utilizador estiver próximo de uma pessoa infetada com COVID-19 por um período substancial de tempo, que será de cerca de cinco minutos.

Outras limitações da tecnologia prendem-se com a própria localização dos utilizadores. Se a pessoa estiver na rua, e próxima de alguém infetado com COVID-19, não receberá um alerta. Mas caso se encontre, por exemplo, num autocarro, a probabilidade de receber um alerta de um infetado será maior.

Como tem sido utilizado o rastreamento para combater a COVID-19?

Nas últimas semanas vários países têm recorrido aos dados de localização dos utilizadores através dos smartphones para controlar a COVID-19, também fora da Europa. Os Estados Unidos da América, por exemplo, estão a rastrear os telemóveis dos cidadãos para controlar como se movem e espalham o novo Coronavírus durante a pandemia. A própria CE anunciou no final de março um projeto através do qual iria pedir a várias operadoras europeias dados de geolocalização dos utilizadores, garantindo que, para proteger a privacidade dos cidadãos, os dados serão agregados e anónimos.

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Em Portugal, e através do movimento português tech4COVID19, foi desenvolvida a plataforma Covidografia, que faz a autoavaliação sintomática do COVID-19 na população. A tecnologia constrói uma fotografia, anónima e confidencial, dos sintomas e da evolução do COVID-19 na população portuguesa, permitindo fazer um rastreamento anónimo das redes de contágio no país.

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