A ByteDance, empresa-mãe do TikTok, terá utilizado grandes porções de conteúdo das redes sociais Instagram e Snapchat sem o conhecimento e consentimento dos utilizadores. Os conteúdos terão sido republicados através de contas falsas na aplicação Flipagram, a antecessora do TikTok em 2017. A informação é avançada pelo BuzzFeed, citando quatro antigos colaboradores da ByteDance.
A empresa chinesa terá usado esses conteúdos para treinar o algoritmo “For You”, utilizado nas recomendações de conteúdos, baseados nos interesses dos utilizadores. As testemunhas afirmam que a empresa optou por uma estratégia de “hack de crescimento” para expandir a sua plataforma Flipagram que estava com dificuldades em crescer.
Antes de ter fechado o Flipagram, a ByteDance terá usado os dados do Instagram, Snapchat e Musical.ly para alimentar o seu website, numa tentativa de atrair utilizadores. Os ex-empregados disseram que a ByteDance criou primeiro contas falsas e depois alimentou-a com vídeos curtos das suas plataformas, com apelo fora da China. Mas depois da estratégia de atrair novos utilizadores ter falhado, a ByteDance passou para as redes sociais rivais, recolhendo os vídeos de curta duração, nomes e imagens de perfis, assim como as respetivas descrições.
Ao todo, estima-se que o Flipagram tenha tido acesso a centenas de milhares de contas de utilizadores, numa média de 10 mil vídeos por dia, referem as testemunhas anónimas, suportados por um documento que BuzzFeed teve acesso. Atualmente, o algoritmo “For You” alimenta tanto o TikTok como a sua app equivalente chinesa Douyin. Em resposta ao assunto, a ByteDance afirma que a Flipagram foi adquirida em 2017 e depois a Vigo, duas aplicações que cessaram operações há anos e não estão ligados a produtos atuais da ByteDance.
As testemunhas e os documentos afirmam que houve mesmo uso indevido dos conteúdos das plataformas rivais. E na altura, em 2017, também relatos e queixas de utilizadores do Instagram que estavam a aparecer no Flipagram sem o seu conhecimento e consentimento. É ainda referido que a empresa manipulava os “likes” e as visualizações dos vídeos para fazer os criadores acreditarem que eram mais populares do que realmente eram.
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