O Governo britânico prepara-se para lançar uma campanha de sensibilização da opinião pública para os efeitos potencialmente nocivos da encriptação de mensagens no Messenger e no Instagram. A medida faz parte dos planos da Meta, grupo que detém as duas empresas, e devia entrar em vigor este ano, mas em novembro acabou por ser adiada.

A campanha, que vai juntar o ministério da administração interna britânico a várias ONGs locais e agências governamentais, vai ter a segurança das crianças como principal argumento, para se opor à utilização da tecnologia, por defeito, nas mensagens trocadas a partir dos dois serviços.

Foi contratada uma agência de publicidade, para montar a campanha, que contará com um investimento público de 534 mil libras, o equivalente a 730 mil euros, para tentar convencer os britânicos que o anonimato das comunicações encriptadas favorece os crimes contra as crianças nas plataformas online e dificulta a ação das autoridades. A campanha vai mostrar crianças online a passar para um ambiente obscuro, quando a encriptação de mensagens entrar em vigor e deixar apelos aos pais e educadores para que escrevam a Mark Zuckerberg, no estado da sua página de Facebook, a mostrar desagrado com a medida.

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"Contratámos a M&C Saatchi para reunir as muitas organizações que partilham as nossas preocupações sobre o impacto que a encriptação de ponta a ponta teria na nossa capacidade de manter as crianças seguras", admitiu um porta-voz do ministério em declarações à Rolling Stone.

Recorde-se que quando em novembro anunciou a intenção de adiar a introdução do encriptamento de mensagens no Instagram e Messenger a dona do Facebook explicou que as preocupações com a segurança dos utilizadores, nomeadamente os mais novos, era precisamente um dos motivos.

A empresa alegou que a intenção da medida era tornar as comunicações através dos serviços de mensagens mais seguras e com melhores garantias de privacidade e não facilitar a prática de crimes, nem obstruir a sua própria capacidade de monitorizar atividades ilícitas. Como tal, adiou o lançamento até conseguir encontrar uma fórmula que não deturpasse a intenção inicial. Ficou, no entanto, já a garantia que quando a alteração entrar em vigor a empresa vai "utilizar uma combinação de dados não encriptados nas nossas aplicações, informação de conta e relatórios dos utilizadores" para continuar a monitorizar potenciais atividades ilícitas, referia Antigone Davis, responsável de segurança da Meta, em declarações ao The Verge, em novembro.

Entretanto, a adoção da encriptação de mensagens, por defeito, nos dois serviços de mensagens ficou adiada para 2023. A tecnologia, já usada no WhatsApp, faz com que o conteúdo das mensagens apenas possa ser conhecido por quem as manda e recebe.

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