Observando as principais redes sociais, sempre que existe alguma novidade refrescante e disruptiva, angariando milhões de utilizadores, todos querem capitalizar e rapidamente introduzir soluções. O fenómeno do TikTok, das partilhas de vídeos de curta duração, parece ter arrefecido, e surgiu uma nova sensação, o Clubhouse. Esta rede social centra-se nas conversas de áudio, permitindo aos utilizadores aceder a salas virtuais com locutores dos mais variados temas, seja arte, cultura, desporto, tecnologia ou qualquer outro assunto temático.

É como se os streamings do YouTube ou Twitch tivessem perdido o vídeo, ficando apenas a voz, e a mensagem. E por isso, o Clubhouse tem vindo a acumular milhões de utilizadores, num crescimento meteórico. Parte do sucesso tem sido atribuído ao facto de figuras públicas terem começado a aderir à plataforma, incluindo Elon Musk, Jared Leto ou Drake. Os utilizadores podem seguir, criar listas de contactos e até optar por temas que deseje ser atualizado.

Considerando as restrições monopolísticas da uma eventual aquisição do Clubhouse, até porque o seu valor tem vindo a subir, as redes sociais “convencionais” estão a introduzir ferramentas de áudio, muito semelhantes à sua oferta. E até a rede social mais focada no negócio e empresas, o LinkedIn, foi a mais recente a confirmar que está a testar uma nova experiência social de áudio na sua aplicação.

O objetivo é o mesmo, possibilitar que os criadores da sua rede se conectem aos seus seguidores. E conforme foi avançado ao Techcrunch, acredita que a sua funcionalidade de áudio pode ser diferenciadora porque está associada à identidade profissional dos seus utilizadores, e não apenas os perfis sociais. A empresa já tem outras ferramentas que servem a comunidade de criadores, tal como as Stories, as transmissões ao vivo de vídeo, a possibilidade de criar newsletters, e outras funcionalidades.

tek LinkedIn

Para além de estar a trabalhar na funcionalidade de áudio, o LinkedIn é cada vez mais uma plataforma para criadores, e como tal lançou ontem o LinkedIn para Criadores, que permite aos utilizadores modificarem o seu perfil para um estatuto público que pode ser seguido para receber atualizações das suas histórias e vídeos.

A aposta da rede social com 740 milhões de utilizadores, até agora conhecida sobretudo pelas suas ferramentas para empresas que oferecem emprego ou pessoas que procuram novos desafios profissionais, quer tornar-se numa plataforma onde todos se podem exprimir artisticamente. E seja através de vídeos curtos, como o Tik Tok, ferramentas de treino ou educacionais ou futuramente a possibilidade de fazer streams de áudio como o Clubhouse.

No caso do Facebook, em vez de uma aplicação isolada, a empresa de Mark Zuckerberg está a focar-se em introduzir os áudios ao vivo como uma extensão do seu Messenger Rooms, que por si, foi uma adaptação do Zoom. É como se as câmaras fossem simplesmente desligadas, ficando apenas o áudio, levando à partilha de podcasts, debates, conferências ou simples conversas intimistas entre criadores e os seus fãs, com a possibilidade de criar salas abertas ou privadas. Estas funcionalidades ainda estão a ser produzidas e testadas pelo Facebook, mas não deverá demorar muito tempo a ser lançado.

O Telegram também lançou uma funcionalidade chamada Voice Chats 2.0, e como se esperaria pretende reforçar as conversas em canais de áudio criadas na própria aplicação. Esta tem ferramentas que promovem a interação entre os oradores e o seu público, que tal como no Clubhouse, permite aos seguidores intervir levantando a mão, sendo-lhe “libertado” o canal de voz do seu microfone. No caso do Telegram, as conversas podem ser gravadas como conteúdos, que podem depois ficar disponíveis pelos administradores para partilhar nos grupos e canais.

A funcionalidade Spaces foi anunciada pelo Twitter e já se encontra disponível para testes para um grupo limitado de utilizadores. Mais uma vez, trata-se de uma funcionalidade de stream de áudio, em que os utilizadores abrem salas para discutir temas. O Twitter referiu que os primeiros a testar seriam as mulheres e pessoas de comunidades marginalizadas que são normalmente atacados por comentários na plataforma quando tentam dar os seus pontos de vista sobre os variados temas. É caso para dizer que se dá voz a quem mais necessita.

A rede social referiu um empenho em dar aos criadores ferramentas de moderação para controlar quem pode ou não falar no seu Espaço, assim como facilidade em reportar e bloquear utilizadores mal-intencionados. Vai ter funcionalidades semelhantes a gestos com a mão, a pedir voz, assim como traduções ao vivo.

O fenómeno do áudio do Clubhouse pode não ser apenas atribuído ao facto dos espetadores estarem apenas a ouvir uma voz. Mas sim, às ferramentas de debate que todos procuram introduzir. Até aqui, ainda que seja possível reunir vários utilizadores para streamings no Twitch ou YouTube, tudo isso é feito através de ferramentas externas, como o Discord. A oportunidade de debates inspirou mesmo o Instagram a duplicar a sua Live Rooms, que primeiro era feito a dois, mas agora permite reunir facilmente quatro participantes. Ainda é feito com o apoio ao vídeo, mas certamente que não demorará ao Instagram permitir “desligar” a janela.

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