O ano de 2016 voltou a registar um crescendo no que aos pagamentos móveis diz respeito, mas desengane-se se pensa que os smartphones já substituem as carteiras dos portugueses.

Os números, em si, dão conta de um bom crescimento, mas ainda abaixo do que é a média europeia.

De acordo com números avançados pela MB Way, um dos sistemas de pagamentos móveis mais populares em Portugal, o número de utilizadores da app mais que do que duplicou desde janeiro do ano passado, chegando já às 155 mil pessoas. Em contrapartida, a média de utilização é de apenas 11%. Noutro exemplo, como noticia o Público, que cita fontes internas do PayPal, o serviço de pagamentos eletrónicos já conta com meio milhão de utilizadores ativos em Portugal, um número que representa um crescimento na ordem dos 100% nos últimos três anos.

Mas a confrontação dos dados do Instituto Nacional de Estatística com com os do Eurostat, sobre a matéria, comprovam a insuficiência dos números para fazer escalar Portugal na tabela da adopção deste tipo de serviços. Enquanto o INE diz que entre 2010 e 2015 o número de utilizadores da internet que faz compras online mais do que duplicou (passou de 10% para 23%), o Gabinete de Estatísticas da União Europeia coloca Portugal no 24º lugar dos 28 países da UE no que diz respeito à quantidade de compras feitas online. Neste momento, enquanto a média europeia de internautas que faz compras online ascende aos 53%, Portugal não passa dos 31%.

Embora os portugueses sejam utilizadores assíduos das plataformas comerciais, a utilidade que lhe conferem prende-se maioritariamente à comparação de produtos, verificação de preços e estudar as respetivas análises e comentários. A aquisição, no entanto, faz-se no mundo real. Segundo números da Sibs, o montante de compras pagas através do MB Way chega aos 2,2 milhões de euros, por esta altura, enquanto no mês que antecedeu o Natal, como nota o Público, as compras feitas com cartão multibanco foram quase 1500 vezes superiores aquele valor.