Quase 74% das apps recolhem mais dados do que deviam. O que fazer para reforçar a privacidade?

As redes sociais, as aplicações de mensagens, navegação e de encontros são as que requerem o maior número de permissões desnecessárias para o seu funcionamento, realçam os investigadores da NordVPN.

Quantas mais aplicações tiver a correr em segundo plano, mais recursos serão consumidos. Para não deixar tudo acumular siga esta regra simples: se já não precisa de utilizar uma app, feche-a. O mesmo se aplica no caso dos separadores abertos no browser. · SSWP-BackOffice

Uma nova investigação revela que quase 87% das aplicações para Android requerem acesso a funções que não estão relacionadas com o seu desempenho. Já no iOS, a percentagem de apps que se enquadram nesta categoria é de 60%. 

Os investigadores da NordVPN, que analisaram as aplicações mais populares em 18 categorias diferentes, mostram que até 14% das apps recolhiam mais informação do que é necessário para o seu desempenho. Apenas 8% não recolhem qualquer tipo de informação considerada desnecessária.

Ao todo, 42% requerem permissões relacionadas com atividades fora das aplicações. De acordo com a investigação, 37% pedem acesso à localização que quem as usa, 35% à câmara, 22% à galeria de fotos e 16% ao microfone.

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As redes sociais, assim como as aplicações de mensagens, navegação e de encontros são as que requerem o maior número de permissões no que respeita a outras categorias. Estas apps são também as que mais requerem permissões desnecessárias.

Segundo os especialistas da NordVPN, as redes sociais requerem, em média, 10 permissões desnecessárias. Já no caso das apps de navegação, a média desce para 9, nas de encontros para seis e nas de mensagens para cinco.

 No sistema operativo Android, as apps de gaming são as menos preocupantes e, de 10 permissões requeridas, apenas uma é desnecessária. No iOS destacam-se as apps de produtividade, que, em muitos casos, quase não recolhem dados fundamentais, e as apps na categoria de comida e bebida, que, em média, requisitam menos de três permissões.

A investigação dá também a conhecer que, em média, as aplicações da Ásia Oriental pedem o maior número de permissões no geral, mas também de permissões desnecessárias. Nesta categoria incluem-se aplicações vindas de Hong Kong, Taiwan, Singapura e Japão.

Por contraste, as aplicações vindas do México são as que pedem o menor número de permissões para Android. No caso do iOS, as apps oriundas de Espanha e dos Estados Unidos, Itália e Polónia são as que menos pedem acesso a permissões desnecessárias.

Em comunicado, Adrianus Warmenhoven, consultor de cibersegurança da NordVPN, realça que a maioria dos utilizadores acabam por autorizar as aplicações a espiá-los, uma vez que não leem os termos e condições.

“Os utilizadores devem considerar se a app precisa de certos dados ou não para funcionar corretamente antes de clicar em ‘Aceito’ porque a informação recolhida pode ser usada contra os seus interesses”, afirma. “É especialmente importante estar atento a certas categorias de apps que são mais intrusivas, como apps de redes sociais ou mensagens".

Para reforçar a segurança e privacidade, a NordVPN deixa um conjunto de recomendações importantes. Em primeiro lugar, deve descarregar aplicações a partir de lojas oficiais, que tomam medidas para verificar se as apps são seguras antes de serem publicadas.

Ler a política de privacidade é outro dos aspectos a não descurar. Deve prestar especial atenção às informações que são monitorizadas e partilhadas com terceiros.

Analise e limite as permissões pedidas pelas apps, desligando aquelas que não quer ou que considera desnecessárias. Se uma aplicação pede demasiadas permissões, sobretudo desnecessárias para o seu funcionamento, considere eliminá-la.

Os especialistas recomendam que não faça login automático em apps com contas das redes sociais. Além disso, se tem aplicações que não estão a ser utilizadas o melhor é mesmo eliminar, pois é muito provável que continuem a recolher dados.