“A Internet moveu-se para o deskop, depois para o portátil, depois para os netbooks e agora para os smartphones”. É desta forma que Christian Heilmann vê a evolução da grande rede nos últimos tempos, mas considera que no campo dos telemóveis inteligentes a missão não está a ser completada. Isto porque existem muitos utilizadores que não estão a receber o que querem.



É a pensar nestes utilizadores, sobretudo os de países com economias emergentes ou mesmo fracas, que o Firefox OS aparece. “Não nos ponham frente a frente com o iOS ou o Android, nós queremos é substituir os dumbphones”, explicou o evangelista da Mozilla que marcou presença no Codebits.



Onde os restantes sistemas operativos parecem estar a falhar é no aproveitamento do potencial da Web. O Firefox OS é desenvolvido em torno do HTML5, uma linguagem de programação, e Christian Heilmann tem dificuldade em perceber porque o mercado das aplicações parece ter virado costas a esta tecnologia.



“Todos sabiam desenvolver para a Web, mas agora têm que saber desenvolver para iOS e Android”, uma situação que para Christian não está a beneficiar o segmento da mobilidade. Ainda assim o evangelista elogiu os esforços iniciais da Apple na tentativa de desenvolvimento da tecnologia, dizendo que o iPhone contribuiu para o amadurecimento do HTML5.



“O que as pessoas realmente querem são aplicações como o Flappy Bird e como o Snapchat e essas podiam ter sido desenvolvidas em HTML5”, adiantou Christian Heilmann, que considera que muitas das aplicações que existem nas lojas de apps são simples “brinquedos”.



Além da componente Web, o Firefox OS consegue ainda dar resposta a outros dois problemas que a concorrência parece estar a descortinar – o tempo de vida da bateria dos equipamentos e o facto de muitas aplicações não funcionarem sem acesso à Internet.

“Uma aplicação que não funciona em modo offline não é uma aplicação”, considerou Christian Heilmannn, que também criticou o modelo comercial usado na AppStore da Apple e no Google Play: “é injusto ser preciso cartão de crédito para aceder a muitas das aplicações”.



O Firefox OS está a apostar num sistema onde as compras feitas através do telemóvel são descontadas do saldo do cartão, algo que na opinião do evangelista da Mozilla permite controlar com mais eficácio os limites de gastos, além de não ser tão discriminatório.



É assente nestes três pilares – tempo útil da bateria, apps offline e pagamento através do SIM – que Christian Heilmann espera que o Firefox OS possa substituir os telefones básicos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico