As vendas de wearables nos primeiros três meses deste ano cresceram 8,8% para 113,1 milhões de unidades, de acordo com dados revelados pela IDC, que já tinha apurado um ligeiro crescimento das vendas neste segmento em 2023, ainda que os últimos três meses do ano não tivessem acompanhado a tendência.
O que também mostram os dados mais recentes da consultora, referentes ao período entre janeiro e março, é que embora o volume de vendas do segmento tenha crescido, o valor médio de cada venda continuou a cair, numa tendência que se verifica há cinco trimestres consecutivos.
Essa queda foi agora de 11% e reflete o peso mais relevante dos mercados asiáticos nos números de vendas de wearables, mas também ainda a retração geral do consumo que pôs algum travão nas compras de gadgets mais dispendiosos, pelo menos neste segmento.
E não só. “A falta de maior inovação no segmento premium permitiu que as marcas de segundo nível reduzissem a distância em todos os subsegmentos”, sublinha Jitesh Ubrani, diretor de pesquisa na IDC.
“Até chegarmos a um ponto em que novos sensores ou algoritmos permitam uma visão preditiva ou o rastreio de novos parâmetros de dados, como a tensão arterial ou a glicose, os consumidores irão provavelmente preferir segmentos de preço médio e é aqui que as marcas têm continuado a investir, diversificando preços”, continua o mesmo responsável.
No entanto, o preço é mesmo uma das grandes razões para a procura estar a deslocar-se progressivamente para marcas com ofertas mais em conta e funcionalidades que cativam os utilizadores, como a Xiaomi ou a Imagine Marketing, defende ainda a IDC.
Nesse campeonato, a Apple mantém a liderança nas vendas de wearables mas sofreu no trimestre com as restrições na procura ou a ausência de novos AirPods. Entre janeiro e março, as vendas do Apple Watch caíram 19,1% e as vendas de AirPods e Beats recuaram 18,8%.
Já as vendas da Xiaomi cresceram 43,3%, um número que também reflete a recuperação de uma diminuição de 16% nos envios para as lojas nos primeiros três meses de 2023. A empresa conseguiu assumir a segunda posição no ranking mundial de vendas, seguida da Huawei.
O regresso em força ao mercado de smartphones está a ajudar a Huawei a recuperar terreno noutros segmentos, como o do wearables, com impacto mundial, mesmo que as vendas da empresa aconteçam ainda sobretudo na Ásia.
A Samsung passou para quatro lugar do ranking mundial. Ganhou terreno nos auscultadores de preço mais acessível, mas perdeu nos relógios (5,1%).
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