Apesar de serem cada vez mais resistentes, os telemóveis de hoje em dia têm uma esperança média de vida cada vez mais limitada. Não só por se sucederem, com mais frequência, os lançamentos de novas propostas atrativas, mas sobretudo porque a lógica de reparação de equipamentos é cada vez mais difícil e cara de concretizar, obrigando os utilizadores a trocar de telefone com mais frequência.

Mas num mercado fervilhante como este, difícil seria não encontrar uma empresa que se propusesse a fazer exatamente o contrário, dando a volta ao problema com uma solução engenhosa. Neste caso, a marca a referir, é a Fairphone: uma empresa de smartphones modulares que obedecem a uma estrutura sustentável que facilita a reparação a um nível que pode ser reproduzido em casa com as ferramentas mais simples.

O sucesso do Fairphone foi atestado com uma segunda versão em 2015 e mereceu nota 10 no ranking de reparação da iFixit. No entanto, a empresa acredita e continua a mostrar que ainda há espaço para melhorar.

Este mês vai dar uma nova cara ao equipamento com uma coleção de novas capas. Substituíveis, claro.

Os modelos são mais finos do que aqueles que foram integrados nas versões originais do Fairphone 2 e, consequentemente, suprimem alguns milímetros de espessura ao telefone.

"Com as novas capas estamos a explorar uma parte interessante da modularização: a personalização", disse Fabian Hühne, responsável da marca em conversa com o Engadget.

Estas peças vão chegar em quatro cores diferentes e em versões transparentes que deixam os circuitos do equipamento à vista.

Mas para além da aura de sustentabilidade que emana do equipamento, este é também um telefone com alguns argumentos no que toca a especificações. O Fairphone integra um ecrã FHD de 5 polegadas, uma câmara traseira de 8MP e uma frontal de 2MP, um processador Snapdragon 801, 2GB de RAM, 32GB de armazenamento interno expansível por microSD, suporte para dois cartões SIM e sistema operativo Android 5.1 Lollipop. No futuro, há planos para desenvolver componentes de última geração para substituir as atuais partes da mesma forma como se trocam as capas. A empresa nota, no entanto, que tudo isto é assemblado com minerais livres de conflito em fábricas que promovem melhores condições de trabalho e que reciclam todo o lixo eletrónico.

Os interessados em adquirir um Fairphone 2 terão de desembolsar 525€ para submeter uma pré-encomenda. Um valor superior a alguns flagships do momento, mas que, ao contrário destes, permite uma renovação sucessiva sem obrigar o utilizador a adquirir um novo equipamento. À Europa, os equipamentos deverão começar a chegar a partir de dezembro.