A Varjo é uma startup finlandesa que está a desenvolver um headset de realidade virtual de alta resolução. No entanto, é com um dos seus outros projetos que a empresa tem reunido a atenção dos investidores. Trata-se de um headset de realidade mista que, segundo a tecnológica, terá uma qualidade de imagem comparável com o olho humano. Graças a esta promessa, a empresa conseguiu reunir recentemente cerca de 31 milhões de dólares numa ronda de investimento em que participaram empresas como a Atomico, a Lifeline Ventures e a EQT Ventures.

Os headsets que se encontram atualmente disponíveis já contam com uma resolução de qualidade, especialmente se tivermos em conta a maior utilidade que lhes é dada pelo mercado de consumo (gaming), mas esta startup quer elevar a fasquia para um patamar mais acima. A empresa sublinha que este salto é essencial para melhorar experiências de leitura e a reprodução de cores em conteúdos virtuais. E se por um lado a diferença é muito gráfica, por outro, passa também por subtrair todas as oscilações e ausências de nitidez que ainda podem provocar náuseas ou tonturas.

Uma vez materializado, este headset deverá ter o mercado comercial como principal alvo. A par do aparelho, a Varjo está também a trabalhar num conjunto de softwares que priveligiam a análise detalhada de planos e modelos tridimensionais. No mundo real, este gadget poderá ser utilizado para moldar personagens animadas ou treinar colaboradores em cenários virtuais.

tek realidade aumentada
tek realidade aumentada Acessório para realidade aumentada.

A empresa já remeteu a versão alfa do headset no passado mês de novembro e tem já uma invejável carteira de clientes, que conta com nomes como Airbus, BMW, Volkswagen e 20th Century Fox. O último protótipo atinge uma resolução de 50MP por olho. O headset requer um computador de alta performance para funcionar.

De acordo com a VentureBeat, que já teve a oportunidade de o testar, a experiência é "impressionante". Para atingir este nível de qualidade, este headset recorre a uma tecnologia chamada "display biónico", que acompanha a posição do olho do utilizador para aumentar a qualidade da imagem no ponto específico para onde o utilizador está a olhar.

Jussi Mäkinen, CMO da Varjo, acredita que os consumidores só poderão experienciar uma qualidade idêntica dentro de 7 anos, no mínimo.

Com os vários milhões que a empresa finlandesa conseguiu arrecadar em rondas de financiamento, o headset deverá estar pronto durante a primeira metade de 2019.