Depois de várias semanas a anunciar o desconhecido, a Huawei apresentou, finalmente, o novo Honor Magic.

O smartphone, que dá um novo sentido à primeira parte da palavra, não é propriamente inovador no seu aspecto, mas, como se diz e sabe, é o interior que conta e é aí que reside a magia. Mas deixemos o melhor para o fim.

Por fora, o novo Honor exibe um ecrã AMOLED QHD de 5 polegadas com uma resolução de 2.560 x 1.440 protegido por um vidro que se curva nas extremidades do equipamento. O alumínio encerra o capítulo dos materiais de construção e dispersa-se uniformemente pela traseira e pelas laterais do telefone.

Na zona dianteira, um pormenor: o botão, que funciona como home button e leitor de impressões digitais, serve igualmente como uma espécie de touchpad onde se pode deslizar um dedo para regressar para páginas anteriores, por exemplo. Acima conta-se um sensor de proximidade e um sensor fotográfico de 8 megapíxeis com uma abertura focal de f/2.0.

O certame fotográfico fica completo com um sensor traseiro de 12 megapíxeis que se expande através de duas lentes com uma abertura focal de f/2.2. Na prática, cada uma destas lentes captura um conjunto diferente de cores para, diz a empresa, produzir imagens mais definidas e vibrantes do que as outras câmaras móveis conseguem fazer.

Por dentro, o Magic esconde um processador octa-core Kirin 950 com quatro cores de baixo consumo que se encarregam de desempenhar tarefas menos pesadas, 64GB de memória interna, 4GB de RAM e uma bateria de 2.900mAh.

Há ainda espaço para uma entrada microUSB e a Huawei ainda não foi na moda de suprimir a de 3.5mm.

A magia, no entanto, reside no sistema operativo. Não o tradicional Android, da Google, mas o programa de inteligência artificial que a tecnológica chinesa desenvolveu para incorporar, pela primeira vez, num smartphone.

Na prática, o software, a que a empresa chamou Honor Magic Live, funciona como uma bola de cristal. Analisa os dados gerados pela utilização do smartphone e com base nos contextos e nas preferências do utilizador sugere opções interativas à semelhança do que acontece com o Google Now. Mas para além das previsões e das sugestões mais óbvias que vão surgindo no contexto de uma conversa sobre restaurantes, por exemplo, a Huawei conferiu-lhe alguns pormenores que podem abrir caminho à integração de opções cada vez mais complexas que vão beber de todos os componentes do telefone.

Com o Magic, se estiver a conduzir, o smartphone apresenta um modo de estrada. Se estiver num espaço escuro, disponibiliza um atalho para a lanterna no ecrã de bloqueio e se estiver à espera de um Uber nem precisa de acender o telefone para ler a matrícula. O nível de complexidade ainda se adensa mais um pouco. Graças a um sensor embutido na moldura do telefone, o Magic consegue reconhecer os olhos do utilizador. Se o levantar da mesa ele acende-se automaticamente para lhe mostrar notificações, mas se um amigo o levantar as notificações desaparecem do ecrã.

"O Honor Magic é a prova do nosso compromisso para com a inovação e a tecnologia de ponta. Com este lançamento, a Honor está a dizer aos fãs da marca que estamos comprometidos com o desafio e dispostos a romper com o status quo", comentou George Zhao, presidente da Honor, no lançamento do telefone.

A marca, que é uma subsidiária da Huawei, tem, neste momento, mais do que razões para sorrir. Para além de estar a celebrar o seu terceiro ano, as vendas cresceram cerca de 40% em comparação com 2015, contrastando com a tendência atual do mercado. Mais concretamente, a Honor, que já está presente em mais de 70 países, conseguiu gerar 6 mil milhões de receitas com a comercialização de smartphones em 2016.

O novo smartphone da tecnológica já está à venda na China com um preço a rondar os 500 euros e deverá chegar às lojas online durante o primeiro trimestre de 2017.