Um grupo de investigadores europeus revelou uma tecnologia para smartphones para ajudar a rastrear pessoas em contacto com infetados com o COVID-19. A ideia é manter um registo nos smartphones de todos aqueles com quem se cruza. Assim, caso um indivíduo acuse positivamente um teste de coronavírus, o seu smartphone irá listar todos os outros equipamentos com quem teve contacto próximo, de forma a ajudar as autoridades a encontrar as pessoas em risco de contágio e executar o rastreio mais rapidamente, avança a Reuters.
A iniciativa chama-se Pan-European Privacy Preserving Tracing (PEPP-PT) e refere que alguns países na Ásia obtiveram sucesso na utilização de smartphones para rastrear o vírus, reforçando as ordens de quarentena impostas pelos governos. No entanto, esses mesmos métodos violam as medidas restritas das regras de proteção de dados da Europa. A iniciativa europeia pretende pegar nos conceitos, mas traduzi-los para cumprir com as regras, usando medidores de proximidade bem testados e implementados na sua tecnologia.
A PEPP-PT, que é composta por 130 investigadores oriundos de oito países, afirma ter a plataforma pronta para ser lançada no próximo dia 7 de abril. Esta iniciativa já terá recebido o apoio da própria chanceler alemã, Angela Merkel, ela própria em isolamento depois de ter tido contacto com um médico que acusou positivamente o COVID-19. A ideia é apoiada também por epidemiologistas, que referem que obter o rastro do contacto vai ser uma arma vital para conter futuros contágios, não só do COVID-19, mas de outras doenças contagiosas como as gripes causadas por coronavírus.
A tecnologia proposta utiliza uma ligação de Bluetooth, de forma anónima e a respeitar o RGPD, e não requer dados intrusivos de rastreamento de localização. Apenas regista as ligações feitas entre smartphones no próprio equipamento, invés de um servidor central, durante apenas duas semanas, mantendo os dados encriptados. Apenas as autoridades locais de saúde podem fazer o download dos dados, de forma a notificar as pessoas em risco de infeção e colocá-las em isolamento.
Para esta medida funcionar, 60% da população de um país teria de participar, segundo um estudo realizado por investigadores do Instituto de Big Data da Universidade de Oxford, que analisou o sistema proposto.
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