No dia 19 de outubro o cometa Siding Spring vai passar muito próximo de Marte. O núcleo do astro vai ficar apenas a 132 mil quilómetros do planeta vermelho – uma distância dez vezes inferior ao cometa que mais se aproximou da Terra desde que há registo, comparam os investigadores.



Devido à grande proximidade entre o cometa e Marte, a Agência Espacial norte-americana (NASA) tem estado a trabalhar no sentido de esconder os satélites de possíveis detritos. No dia em que o ponto de aproximação for o maior possível, o Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e o Mars Odyssey estarão na face de Marte que não estará exposta a possíveis impactos.



No dia 2 de julho o MRO já sofreu uma alteração de órbita e uma outra está preparada para o dia 27 de agosto. Já o Odyssey vai ter a rota reajustada a 5 de agosto, para que no dia da “aproximação final” as rotas dos satélites artificiais sejam seguras.



Um terceiro satélite está a caminho de Marte, o Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN), que deverá entrar em órbita a 21 de setembro. Apesar de recém-chegado, no início de outubro o satélite também vai sofrer uma alteração de rota para escapar ao Siding Spring.



De acordo com as análises feitas a partir do planeta Terra, os cientistas estimam que um detrito apenas com meio milímetro de tamanho tenha capacidade para danificar seriamente um dos satélites – devido à grande velocidade de deslocação, próxima aos 56 quilómetros por segundo.

[caption]Siding Spring[/caption]

Mas quem diz esconder os satélites, diz proteger um investimento. Isto porque a NASA já tem planeadas várias missões para fazer o registo da passagem do cometa, usando as sondas acima referidas.



Através das diferentes capacidades de cada “observador” a NASA vai tentar recolher informações sobre o núcleo, a velocidade de rotação do astro, os efeitos que vai ter na atmosfera marciana e sobre como o astro comporta-se relativamente ao vento solar.



Como esta é a primeira vez que o cometa Siding Spring entra no Sistema Solar, os investigadores também vão aproveitar a oportunidade para tentarem saber mais sobre os primórdios da composição planetária.



Em comunicado a NASA refere ainda os dois robots que estão a percorrer a superfície marciana – o Opportunity e o Curiosity –, garantindo que estão seguros relativamente à passagem do cometa. Os cientistas explicam que apesar de mais “fina” que a terrestre, a atmosfera marciana tem capacidade para neutralizar os detritos.



A agência espacial vai ainda aproveitar as duas sondas de solo para tentar fotografar e documentar a passagem do cometa.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico