Depois de quase 15 anos a explorar a superfície de Marte, a missão do Opportunity chegou oficialmente ao fim. O rover quebrou vários recordes durante a sua estadia no Planeta Vermelho, por onde andava desde janeiro de 2004. Estava “em coma” desde o verão passado, depois de ter sido atingido por uma forte tempestade de areia.

Com vontade de que o todo o terreno espacial voltasse a rodar por Marte por mais uns tempos os engenheiros do Jet Propulsion Laboratory, da NASA, fizeram um último esforço de “recuperação”. Foram mais de 1.000 as tentativas, mas sem sucesso. A derradeira aconteceu esta terça-feira, depois da qual se declarou oficialmente a “morte do artista”.

NASA está a tentar “acordar” rover Opportunity com novos comandos
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Durante o seu tempo de estadia, o veículo robótico encontrou evidências da existência de água. Ao explorar a cratera Endeavour, recolheu informação sobre condições climatéricas e ambientais que voltaram a apontar para a possibilidade de já ter havido vida no planeta.

E quando as expectativas iniciais eram que completasse 90 dias consecutivos na superfície marciana - isto porque era movido por energia solar e não se esperava que sobrevivesse ao inverno de Marte, o Opportunity bateu o record da maior distância percorrida fora do planeta Terra, assim como o marco de cinco mil dias “marcianos” de trabalho, assinalados a 17 de fevereiro de 2018.

Ao longo dos quase 15 anos no terreno, partilhou mais de 217 mil imagens. Nos seus últimos registos de Perseverance Valley, as fotos mostraram um solo de Marte muito semelhantes ao que se encontra em algumas encostas de montanhas na Terra e que resultam de ciclos repetidos de congelamento e descongelamento de solo húmido.

Na hora da despedida, a NASA conta a história bem-sucedida do rover Opportunity num vídeo.

As missões robóticas da NASA ficam agora "reduzidas" a duas: a Curiosity e a InSight. O veículo robotizado Curiosity está a explorar a superfície marciana, em particular a cratera Gale, há mais de seis anos, enquanto a sonda InSight, que chegou a Marte em 26 de novembro de 2018, vai estudar o interior do planeta.

Para julho de 2020 está previsto uma terceira missão, a Mars 2020, que irá à procura, juntamente com a missão europeia ExoMars, de sinais de vida microbiana passada no planeta vermelho.