Em 2018, a Alphabet, a empresa mãe da Google, e a Telkom Kenya firmaram uma parceria para disponibilizar serviços de Internet nas zonas rurais do Quénia através dos balões de ar da Loon. Agora, a iniciativa lançou o seu primeiro serviço comercial, após ter conseguido a aprovação da autoridade de aviação do país.
De acordo com Alastair Westgarth, CEO da Loon, numa publicação do blog oficial da empresa, será coberta uma área mais de 50 mil quilómetros quadrados do Quénia. O responsável explica que será usada uma frota de 35 balões que estará em constante movimento na estratosfera acima da zona este de África.
O objetivo é conseguir disponibilizar o acesso à Internet em zonas onde a cobertura é muito difícil de alcançar devido à dificuldade de construir antenas em certos terrenos agressivos ou pela baixa densidade populacional de algumas regiões. O CEO da Loon indica que, à medida que forem adicionados mais balões, a cobertura de redes 4G LTE e a disponibilidade do serviço vão tornar-se mais consistentes.
A empresa tem vindo a testar os balões há já vários meses e afirma que já conseguiu ligar 35 mil pessoas à Internet. Nos testes realizados em junho, foi possível atingir uma velocidade de downlink de 18,9 Mbps e uma de uplink de 4,74 Mbps, assim como uma latência de 19 ms.
Para chegar ao Quénia, os balões têm de passar por uma longa viagem com início no Porto Rico ou no estado norte-americano do Nevada. Segundo Salvatore Candido, CTO da Loon, as estruturas apanham “boleia” das correntes de ar para chegar ao destino pretendido, guiadas pelo seu software de navegação. Quando chegam ao país, os balões usam algoritmos de machine learning para manter-se numa posição relativamente estável ao longo da área de cobertura.
Recorde-se que, nos últimos anos a Loon permitiu que operadores de rede no Peru e Porto Rico usassem os seus balões para ultrapassar a falta de torres de comunicações móveis em situações de desastre natural, mas sempre de forma gratuita.
Apesar do potencial de cobertura de rede, existem algumas limitações da tecnologia. Por exemplo, uma rede de seis balões é capaz de fornecer rede 4G a milhares de equipamentos e cobrir uma área da dimensão do Porto Rico, mas se o vento afastar os balões os utilizadores podem perder a ligação.
A necessidade de energia solar é outra das limitações, sobretudo em zonas onde há menos tempo de exposição solar. A utilização das estruturas numa zona muito próxima das cidades pode causar interferências nas comunicações. Além disso, os balões precisam de ser substituídos a cada 5 meses devido à degradação dos componentes de plástico.
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