Os fãs de Metal Gear Solid ficaram chocados com a saída do lendário produtor Hideo Kojima da Konami, um divórcio complicado que levou ao abandono de um outro projeto conhecido do catálogo da editora nipónica: Silent Hills. Este projeto tinha a bordo o famoso ator Norman Reedus, o protagonista de The Walking Dead, assim como o cineasta Guillermo del Toro. Mas Hideo Kojima esteve muito pouco tempo no “desemprego” e rapidamente desenhou um esboço do seu próximo jogo e apresentou à Sony que lhe passou um “cheque em branco” para aquele que se tornaria o Death Stranding, que acaba de chegar às lojas em exclusivo para a PS4, tendo uma versão já anunciada para PC no verão do próximo ano.
O produtor japonês rapidamente se rodeou dos amigos, Reedus e del Toro para o novo projeto, juntando-se outros nomes de renome como Mads Mikkelsen, Tommie Earl Jenkins, Nicolas Winding Refn e Troy Baker, e ainda cameos como Conan O’brian. Importante referir que a Sony disponibilizou ainda os seus recursos, nomeadamente a utilização do motor Decima do estúdio interno Guerrilla Games, o mesmo que deu vida ao belíssimo Horizon Zero Dawn.
Death Stranding mantém os valores de produção altíssimos que se esperaria de um jogo de Hideo Kojima, e tal como a série Metal Gear, a vertente cinematográfica salienta-se, não só pelo excelente trabalho dos atores envolvidos, como visualmente a captação da sua imagem roça o fotorrealismo. E muito provavelmente oferece o melhor que a indústria dos videojogos tem para dar, traçando mesmo uma linha ténue com o cinema.
Mas Hideo Kojima não pretende facilitar ninguém a compreender a sua nova narrativa, baseada numa sociedade americana destroçada por algo chamado Death Stranding (maré de morte) que devastou os Estados Unidos. O que resta está resguardada em pequenas bases, espalhadas pelo território, e cabe ao protagonista, Sam Porter Bridges fazer essa ligação. E como? Entregando encomendas nos recantos mais inóspitos do território, levando a personagem a trepar por montanhas escarpadas, ultrapassar por rios com fortes correntezas e desertos cheios de bandidos.
E já para não falar da presença dos BT, as entidades invisíveis e responsáveis pela Death Stranding, que Sam tem de evitar a todo o custo. Para os detetar, o protagonista carrega um BB, um bebé capaz de salientar estas criaturas. São elementos estanhos e difíceis de compreender como é apanágio dos jogos de Kojima, já para não falar de elementos como a chuva do tempo, que envelhece tudo em que toca, incluindo a preciosa carga a transportar.
A principal premissa do jogo é, no entanto, a componente social, a forma como os diferentes jogadores têm impacto nas partidas alheias, ajudando-se mutuamente de forma passiva. Ou seja, não é possível ver outros jogadores no seu mundo, como as partidas tradicionais, mas sim tudo aquilo que fazem nos seus jogos. Se colocarem uma escada numa montanha para ajudar a subir, essa será visível noutras partidas, para dar um exemplo. A ideia é incentivar os jogadores a construírem estradas, bases, postos de abastecimento, pontes sobre os rios, e outros elementos que tornem a exploração mais fácil. E mesmo encomendas perdidas dos jogadores podem ser entregues, em troca daquele precioso “like”.
De facto, os likes neste jogo funcionam como elementos RPG para melhorar as capacidades da personagem. Os itens alheios ou ligados à história que sejam entregues, as construções feitas e outras ações com impacto social neste mundo são traduzidas em likes, permitindo a personagem subir de nível e com isso aumentar o peso que pode carregar e o seu equilíbrio a transportar a carga. E é possível usar motas e carros para percorrer o caminho, assim como tirolesas espalhadas pelo mapa.
Hideo Kojima tem algumas mensagens que ficam à interpretação de cada jogador. Seja o advento do 5G, que vai permitir melhorar as comunicações por hologramas e até que médicos assistam remotamente pacientes a dar à luz; os veículos elétricos, entre outras. As mãos marcadas no corpo de Sam representam as diversas batalhas que teve com a Death Stranding, que por si remota à morte do planeta na vida real, devido às mudanças climatéricas, a qual tem feito a metáfora de que “o futuro está nas nossas mãos” que tem sido utilizada na promoção do jogo.
Como é habitual no seu catálogo, a Sony apresenta o jogo totalmente em português, com Pêpê Rapazote (Narcos, Shameless) a encarnar o protagonista Sam Bridges.
Death Stranding chega hoje às lojas em quatro edições: Standard, Edição Especial, Edição Especial Deluxe e Edição de Colecionador. Todas as versões, exceto da standard dá ainda acesso ao álbum Timefall, a coletânea de músicas da banda sonora do jogo. O primeiro tema pertence à banda escocesa de electro pop Chvrches.
De recordar que a Sony Interactive Entertainment vai aproximar-se da sua divisão Somy Music, numa estratégia que visa utilizar os videojogos como plataforma de divulgação de bandas e música sob a sua label. Bring Me The Horizon e Chvrches são algumas das bandas que estão incluídas em Timefall. Rob Stringer, CEO e Chairman do Sony Music Group, afirmou que esta colaboração é um importante marco na parceria entre ambas as marcas, sendo que o lançamento da PlayStation 5 servirá para estreitar laços nesse sentido.
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