O governo do arquipélago do Vanuatu, na Oceânia, foi pioneiro a fechar contratos com empresas internacionais de serviços com drones para utilizar os dispositivos como “pombos-correio” na distribuição de vacinas, a crianças que vivem em ambientes rurais, espalhadas pelas ilhas remotas da região. O arquipélago consiste em 83 ilhas espalhadas ao longo de 1.300 quilómetros quadrados.

A experiência, que se for bem-sucedida será replicada em outras regiões do globo, vai permitir entregar vacinas sensíveis à temperatura a 39 vilas, que de outra forma demorariam dias a chegar entre viagens de carro, barco ou mesmo a pé. Os serviços prestados pelos drones prometem entregas ao destinatário em uma hora após o pedido, realizado através de mensagem.

A UNICEF tem explorado o potencial dos drones, para fazer chegar recursos de saúde a locais mais difíceis de alcançar pelos métodos tradicionais e onde a logística se revela desafiante. No caso das vacinas, a entidade refere que foram escolhidas no programa de teste de entregas por serem delicadas, dispendiosas e difíceis de transportar de forma segura, sobretudo pelas exigências da temperatura. Claro que isso pode acarretar riscos, desde a perda de drones nas montanhas remotas ou no mar, destacou Andrew Parker, responsável da UNICEF pelas operações, ao The Guardian.

Existem outros desafios associados à utilização dos drones, desde a aterragem nos locais onde são necessários, a aceitação da população ou mesmo o perigo de serem abatidos pelos miúdos com fisgas, refere o responsável. Por isso, há toda uma logística de “formação” e consciencialização das populações visadas, para que não se assustem ao ver no céu “naves espaciais”.

Segundo o responsável por uma das empresas contratadas, a Swoop Aero (a outra é a Wingcopter), os drones irão fazer duas entregas por dia, percorrendo distâncias de até 100 quilómetros, carregando cerca de 2,5 quilos de medicamentos. O sangue poderá ser outro elemento transportável através de drone, seja para transfusões ou simples amostras para analisar nos laboratórios. No Ruanda já se utiliza o transporte de sangue por drones para comunidades remotas, tendo recebido  o nome de “Uber for Blood”.