A Internet das Coisas (IoT) foi identificada pela IFS como uma das apostas estratégicas e isso é bem evidente na IFS World Conference. A empresa anunciou o IFS IoT Business Connector pretende ajudar os seus clientes a tirar mais partido da integração da internet das coisas na IFS Applications, e vários casos práticos mostraram como empresas de diferentes áreas estão já a aplicar esta nova realidade.

Dan Matthews, CTO da IFS, lembra que as empresas estão neste momento preocupadas com a transformação digital, mas esta é uma mudança que acontece por fases, primeiro garantindo que fazemos o que fazemos mas melhor, reunindo dados, analisando-os e usando a informação para melhorar os processos, o que resulta na entrega de melhores serviços e melhores produtos. O segundo passo é mesmo inovador na área de produto: usar os dados e combiná-los com nova relações para criar novos produtos, ou mover a cadeia de valor de venda de produtos para venda de serviços.

As operações da Volvo foram um dos exemplos usados, ou não fosse esta também uma empresa de origem sueca. A companhia tem vindo a transformar as suas operações e a inovar em serviços, como o pick up, onde pode entregar mercadorias na mala de qualquer carro Volvo dando uma chave temporária que só abre a porta da bagageira.

E como começar? Dan Matthews defende que é preciso que as empresas sejam mais ágeis, e que os sistemas sejam uma ajuda e não um obstáculo. E precisa de estar “ligado”, aos colaboradores e clientes, mas também aos equipamentos e produtos, e aqui entra a Internet das Coisas. Este modelo fornece tudo o que precisa para ser um negócio inteligente que usa os dados para gerar conhecimento, tornar-se mais competitivo e transformar-se mais rapidamente.

Um dos grandes problemas que a IFS identificou desde que começou a trabalhar com o IoT é que o tipo de dados, o volume e a criticidade nas áreas industriais são muito diferentes das que se obtêm nas áreas de consumo. A informação de uma pulseira de fitness é mais fácil de obter e gerir do que a de um pacemaker, ou de um equipamento industrial de uma fábrica ou de exploração mineira.

A IFS desenhou por isso um guia em 4 passos para a transformação do negócio baseada no IoT, que pretende ser uma ajuda para as empresas. Ligar o negócio usando os sensores que já existem em muitas máquinas, mas explorando a sua informação de forma contínua e com dados qualificados, filtrando só o que interessa, tornar a observação em ações, monetizando o investimento, e optimizando o negócio, com informação histórica e preditiva para antecipar necessidades e gerir pessoas e equipamentos.

“Queremos mesmo operacionalizar parte deste processo e por isso lançámos o IFS IoT Business Connector e temos uma arquitetura de referência para usar o IoT com as IFS Applications, o Field Service Managemente e a Enterprise Operational intelligence”, explica, adicionando ainda que há diversas APIs abertas para juntar a informação e análise, até e fontes de soluções de outras empresas.

A nova solução já está a ser usada na Anticimex, uma empresa de controle de pestes que tem armadilhas para ratos que enviam informação remotamente, a Songa Offshore que conseguiu alterar as manutenções calendarizadas para manutenção condicional, o que ajuda a poupar quase meio milhão de dólares com as paragens de produção, e a ATS que quer aplicar o modelo nos seus clientes onde pode prestar uma manutenção mais qualificada.

Doug, os drones e a impressora 3D

Na área de exposição da IFS World estas possibilidades são demonstradas com o Doug, um um engenheiro no terreno equipado com sensores e uma câmara para transmitir informação para o back office que pode ver e gravar todas as intervenções que são feitas.

O cenário de identificação de um problema e a possibilidade de imprimir no local uma peça em falta, ou fazer com que seja entregue num local remoto por um drone, é uma das áreas que está a ser explorada pela IFS e demonstrada na conferência que decorre em Gotemburgo, na Suécia.

Outras aplicações com drones podem ser potenciadas, como a verificação do estado das linhas elétricas e o controle da vegetação, com envio de toda a informação diretamente para o IFS Applications. E mesmo os equipamentos mais antigos podem beneficiar da integração com a Internet das Coisas, como um Volvo com cinquenta anos que com um sensor pode mostrar quando ultrapassa a temperatura normal.