O Observatório Swift de Neil Gehrels da NASA está há 20 anos em órbita e funciona “melhor do que nunca” graças a uma nova estratégia operacional implementada no início deste ano. Lançado em 20 de novembro de 2004, a partir do Complexo 17A na atual Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, o Swift explora as explosões de raio gamas, as mais poderosas explosões do universo.
Inicialmente batizado como Observatório Swift, pela sua capacidade de se direcionar rapidamente para eventos cósmicos, a nave espacial foi renomeada pela equipa da missão em 2018 para homenagear Neil Gehrels, o seu primeiro investigador principal.
A ideia para o observatório surgiu em 1997, “numa reunião na cave de um hotel em Estes Park, Colorado, à margem de uma conferência”, disse John Nousek, diretor da missão Swift na Universidade Estatal da Pensilvânia, em State College. “Um grupo de astrofísicos juntou-se para pensar numa missão que nos pudesse ajudar a resolver o problema das explosões de raios gama, que eram um grande mistério na altura”.
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Para se orientar e estabilizar no espaço, o Swift utiliza vários métodos. Tem, por exemplo, sensores que detetam a localização do Sol e a direção do campo magnético da Terra, fornecendo à nave espacial uma noção geral da sua localização. Por outro lado, tem um “localizador de estrelas” que ajuda a nave nas manobras para manter o observatório apontado com precisão para a mesma posição durante longas observações, explica a NASA
O Swift foi projetado com três giroscópios, que se movem em três eixos. Logo no início da missão, com a nave em órbita, a equipa de operações de voo detetou que esses giroscópios estavam ligeiramente desalinhados, tendo desenvolvido uma estratégia para corrigir o desalinhamento. Além disso, prepararam-se para o caso de um dos giroscópios falhar e, em 2009, desenvolveram um plano para operar o Swift usando apenas dois, mas manteve o plano na gaveta durante 15 anos. Afinal, alterar o funcionamento de um telescópio no espaço tem riscos.
No ano passado, em julho, um dos giroscópios do Swift começou a funcionar incorretamente. Como o telescópio não conseguia manter a sua posição de apontamento com precisão, as observações tornaram-se progressivamente mais desfocadas até que o giroscópio falhou completamente em março de 2024. Foi quando a equipa testou rápida e exaustivamente em terra o procedimento anteriormente desenvolvido, implementando-o em seguida na nave.
Mark Hilliard, chefe da equipa de operações de voo do Swift na Omitron e na Penn State diz mesmo que “os cientistas comentaram que a precisão do apontamento do Swift é agora melhor do que era desde o lançamento, o que é realmente encorajador”.
As explosões de raios gama são constantes, mas inesperadas, sendo detetadas cerca de uma por dia. Segundo a NASA, existem das categorias de explosões: as longas e as curtas. As primeiras produzem um impulso inicial de raios gama durante dois segundos ou mais e ocorrem quando os núcleos de estrelas massivas colapsam para formar buracos negros. As explosões curtas duram menos de dois segundos sendo causadas pela fusão de objetos densos, como estrelas de neutrões. No entanto, aquando da reunião dos astrónomos, a comunidade científica estava em desacordo quanto aos modelos de origem destes eventos o que levou ao desenvolvimento do satélite que localiza explosões e aponta os instrumentos adicionais para as suas posições.
Nos últimos 20 anos, o Swift tem contribuído para resultados inovadores, não só para as explosões de raios gama, mas também para os buracos negros, estrelas, cometas e outros objetos cósmicos.
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