Quando em 2007 a produtora polaca CD Projekt RED adquiriu a licença The Witcher ao conterrâneo Andrzej Sapkowski, para a produção de um videojogo, este traduziu-se num valor fixo. A razão prendeu-se pelo autor não acreditar que um videojogo pudesse ter sucesso, e preferiu um valor total do que uma percentagem sobre eventuais vendas. Foi um bom negócio para o estúdio que lançou nos anos seguintes uma trilogia de jogos muito bem-sucedidos, levando mesmo o escritor a “comer o chapéu”.

O certo é que o autor viria em 2018, no rescaldo do enorme sucesso de The Witcher 3: Wild Hunt, pedir 16 milhões de dólares de royalties ao estúdio, sob ameaça de processá-lo. A CD Projekt defendeu-se, referindo o pagamento total daquilo que o autor pediu, com este a admitir a “estupidez” que fez inicialmente, mas apelando à lei polaca que lhe daria uma compensação baseado na superação das expetativas iniciais.

Só o terceiro jogo vendeu 33 milhões de cópias em todo o mundo, dando a conhecer este universo de fantasia fantástica, repleto de monstros e magia. O sucesso levou a Netflix a encomendar uma série que acaba de estrear, protagonizado pelo "Super-Homem" Henry Cavill, ainda que a história seja baseada nos livros e com o apoio direto do autor. Na galeria pode ver a comparação das personagens do videojogo The Witcher 3, com as respetivas contrapartes da série da Netflix.

O estúdio e o autor voltaram a conversar sobre o futuro lúdico da saga e chegaram a um acordo para reforçar a relação. Ainda que não tenham sido tornados públicos, este novo entendimento garante a satisfação de ambas as partes, tanto para o passado, presente e futura exploração do universo The Witcher. O acordo garante, não só a propriedade intelectual dos videojogos, como também os direitos para novelas gráficas, jogos de tabuleiro e merchandise ligado ao universo protagonizado por Geralt de Rivia.