Em novembro a Universidade do Maine, nos Estados Unidos, tinham dado a conhecer a BioHome3D, uma casa impressa a 3D com base em materiais reciclados e resinas biológicas, descartando qualquer tipo de cimentos e outros compostos da construção civil tradicional. Mas agora foram partilhadas fotografias do seu interior, numa casa com cerca de 180 metros quadrados, composta por um quarto, uma casa de banho e uma sala de estar com cozinha.
Os materiais utilizados baseiam-se em resíduos de madeira que foram recolhidos de serrarias, criando um composto durável que pode ser impresso em 3D. Os investigadores afiram que o pó gerado da madeira serrada pode ser transformado numa espécie de nanofibra de celulose. E ao ser combinado com um plástico, estas podem transformar-se em pequenas pelotas, que depois alimentam a impressora 3D, considerada a maior do mundo para estes materiais.
Veja na galeria o interior da casa:
Os investigadores da universidade de Maine explicaram à Business Insider que a impressora funciona essencialmente como uma pistola de cola com centenas de definições. E que transformar as pelotas em material de impressão é como se fosse a tinta de uma impressora doméstica.
Apesar deste projeto ser ainda um protótipo, instalado na universidade para investigação, os investigadores afirmam que o Maine produz desperdício de madeira suficiente para construir cerca de 100 mil casas anualmente.
A casa foi impressa em módulos, com o soalho, paredes e telhado impressos em quatro partes que depois foram transportados para o local. Um processo que terá durado apenas metade de um dia, o de prender a casa a uma fundação de cimento. O eletricista gastou cerca de duas horas a instalar a eletricidade na casa. Apenas não tem canalização, por ser um protótipo.
O protótipo está equipado com sensores para medir a temperatura, o ambiente e a estrutura, para testar a performance da casa durante o inverno do Maine e melhorar futuros designs. Agora que esse teste foi concluído com sucesso, a próxima fase é desmanchar a casa e reciclar, para testar a sua capacidade de reciclagem por cinco vezes.
Veja na galeria o início do projeto:
Para o futuro, a universidade poderá vender a sua tecnologia a alguma empresa de construção ou mesmo criar uma espécie de franchising na construção em locais onde as casas são precisas. O objetivo imediato é contribuir para aliviar os problemas sociais ligados à falta de casas e à sua construção sustentável, destacando as oportunidades para aproveitar estes materiais biológicos.
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