Quem o diz é o analista dos resíduos espaciais, Tim Flohrer, cuja missão é acompanhar a rota dos cerca de 23 mil objetos atualmente em órbita à volta da Terra e que variam de estações espaciais e satélites e fragmentos de hardware. Um dos objetos na mira de Flohrer é o Vanguard 1.
Concebido pelo Laboratório de Pesquisa Naval (NRL) em 1955, o Vanguard foi o primeiro programa de satélites dos Estados Unidos e tinha por base um foguetão de três partes, desenhado para lançar uma nave espacial civil científica.
A primeira tentativa de lançamento aconteceu em dezembro de 1957, em Cabo Canaveral, mas, uns segundos após sair da plataforma, o Vanguard caiu no chão numa bola de chamas. No rescaldo do sucesso da missão soviética, este incidente foi classificado como “flopnik” ou “kaputnik”.
A 17 de março de 1958, o foguetão Vanguard da NRL levou para órbita o Vanguard 1, o primeiro satélite alimentado por energia solar, e a minúscula nave espacial logo enviou os seus primeiros sinais de rádio.
Esta esfera de metal brilhante do tamanho de uma toranja, além de provar a tecnologia de um novo sistema de inicialização, a rede da estação terrestre e células solares, mostrou como o nosso planeta se projeta à volta do equador. Equipado com um instrumento para medir a densidade atmosférica, forneceu as primeiras medidas da atmosfera externa ténue da Terra e uma estimativa do número de micrometeoritos que cercam o planeta.
E, para além de ainda continuar em órbita, passando entre 650 e 3.800 km (406 a 2.375 milhas) da Terra, o rastreio do Vanguard 1 continua a ajudar os cientistas a entender a influência da atmosfera da Terra nos satélites e a forma como as órbitas se deterioram ao longo do tempo.
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