A expressão "viagem de uma vida" servirá que nem uma luva àquela que James Cameron realizou ao ponto mais profundo do mar, no último domingo.



A descida de 11 quilómetros no Abismo de Challenger, uma das zonas da Fossa das Marianas, no oceano Pacífico, demorou oito anos a preparar e resultou numa jornada com cerca de três horas de estadia.



Uma vez que falamos de um realizador de cinema, não podia faltar a câmara de alta resolução para filmar em 3D um "mergulho" que também iria servir para trazer para a superfície amostras de rochas e de organismos vivos, objetivo que contudo não chegou a verificar-se devido a uma falha no sistema de recolha.



James Cameron viajou a bordo de um batiscafo, uma espécie de mini-submarino batizado com o nome Deepsea Challenger, construído de propósito para esta expedição, em colaboração com a National Geographic.



Além do tempo de permanência, a descida dos 11 quilómetros foi feita em 90 minutos. A viagem de volta demorou 70 minutos.



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Foi a terceira vez na história que alguém desceu ao fundo da Fossa das Marianas, depois de uma primeira aventura em 1960, que pôs um tenente da marinha norte-americana e o cientista suíço Jacques Picard a bordo do batiscafo "Trieste", numa descida de duas horas e 36 minutos, para uma estadia no fundo de apenas 20 minutos.



Em 1995 foi a vez do um submarino-robô japonês Kaikõ tentar uma nova jornada.



Nesta descida, o realizador dos êxitos de bilheteira Titanic e Avatar conseguiu dois feitos: ser o primeiro homem a fazer a viagem sozinho e ser o primeiro a filmar aquela zona profunda do Oceano Pacífico. A visão obtida foi comparada a um passeio na superfície da lua.


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As imagens recolhidas durante a expedição submarina serão transformadas num documentário, mas não para a TV (ou não apenas para a TV), como previsto inicialmente, já que James Cameron anunciou, durante a estreia de Titanic 3D, que também vai haver novidades para a grande tela.



O realizador referiu que grande parte do orçamento do projeto foi gasto a pensar como é que era possível iluminar e registar as profundezas do oceano em 3D, de modo a que a expedição depois se pudesse pagar com a bilheteira de um filme.



São vários os vídeos que dão conta dos preparativos da viagem, assim como aqueles que explicam o propósito e pormenores da expedição. O primeiro explica os desafios técnicos da expedição e a forma como foi desenhado o Deepsea Challenger.







O segundo vídeo é ainda de antecipação, mostrando algumas fases da preparação que antecedeu a descida, sobretudo do piloto.






E estamos realmente desejosos de ver o que há lá (bem) em baixo depois do regresso do explorador...



Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé