A Astroscale, a empresa japonesa que está a desenvolver tecnologia para eliminar o lixo do espaço de forma segura e responsável, vai começar a trabalhar com a Agência Espacial Japonesa (JAXA) numa missão de remoção de detritos espaciais. A organização passou no processo de seleção e vai participar na primeira fase de limpeza do projeto Commercial Removal of Debris Demonstation (CRD2).

A Astroscale vai construir, lançar e operar um satélite que recolherá informações acerca de componentes de um antigo foguetão japonês, o qual será removido na segunda fase do CRD2. De forma a preparar uma remoção segura e bem-sucedida, a empresa quer compreender quais são os movimentos realizados pelo equipamento, e perceber que detritos se encontram à sua volta. A JAXA espera completar o primeiro momento da missão de limpeza até o final de 2022.

“Este é um grande passo no caminho da criação de um serviço comercial de detritos espaciais”, afirmou Nobu Okada, CEO e fundador da Astroscale, em comunicado à imprensa. A empresa espera que os dados que recolher na primeira fase do CRD2 consigam reforçar a consciência de que o lixo no espaço é um problema que necessita mesmo de ser resolvido.

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Recorde-se que o CEO e fundador da Astroscale esteve na edição de 2019 do Web Summit para dar a conhecer mais sobre os projetos que a sua empresa está a desenvolver. Segundo o responsável, a Astroscale concentra-se na remoção dos detritos que já existem a flutuar pelo espaço, sendo que já se está a preparar para lidar com a “morte" dos satélites da SpaceX ou da Amazon.

Na mesma sessão em que Nobu Okada esteve presente, Holger Krag, Head of Space Safety na Agência Espacial Europeia (ESA), explicou que os detritos espaciais podem ser prejudiciais aos satélites que estão em órbita e também ao nosso planeta. A poluição gera apenas mais poluição, indica o responsável, elucidando o lixo está a uma distância muito mais curta do que se pensa e que apenas “um único fragmento é capaz de destruir um satélite”.