Na pendência dos processos de ratificação necessários, o Brasil será o terceiro país, juntamente com a Turquia e a Ucrânia, a tornar-se membro associado do CERN.

O estatuto permitir-lhe-á participar nas reuniões do Conselho e do Comité de Finanças e os cidadãos brasileiros serão elegíveis para cargos de funcionários de duração limitada e a bolsas de estudo.

Empresas brasileiras poderão candidatar-se a contratos com o CERN, aumentando dessa forma as oportunidades de colaboração industrial em tecnologias avançadas.

"Este acordo permite que o Brasil e o CERN fortaleçam ainda mais a sua colaboração, abrindo uma ampla gama de oportunidades novas e mutuamente benéficas em pesquisa fundamental, desenvolvimento tecnológico e inovação e atividades de educação e formação", salientou a diretora-geral do CERN, Fabiola Gianotti, num comunicado.

Por seu lado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro, Marcos Pontes, destacou que a indústria brasileira "também será beneficiada com a participação em licitações de contratos tanto de pesquisa e desenvolvimento, como de fornecimento de serviços e materiais".

"Tenho certeza de que essa parceria levará o setor da ciência, tecnologia e inovação brasileiro a um novo patamar de desenvolvimento", acrescentou o governante.

Este não é o primeiro contacto do Brasil com o centro de pesquisa. O Brasil está presente desde 1990 em vários projetos do CERN, como a experiência DELPHI no Large Electron-Positron Collider e tem participado de programas de formação e divulgação para alunos e professores.

Além da física de partículas, o CERN e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de Campinas, Brasil, também cooperam formalmente desde dezembro de 2020 na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de aceleradores e respetivas aplicações.

Atualmente, o CERN conta com 23 Estados-membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Israel, Itália, Noruega, Holanda, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Sérvia, República Eslovaca, Suécia, Suíça e Reino Unido.