Revelou maravilhas do nosso sistema solar, a nossa galáxia e mais além, mas 16 anos após ter sido lançado, o Spitzer termina a sua viagem de exploração. A NASA revelou que desde quinta-feira que o observatório espacial foi colocado em “safe mode”, cessando dessa forma todas as suas operações científicas.
Inaugurado em 2003, o Spitzer encaixa-se naquilo que a NASA considera de os quatro grandes observatórios, juntando-se ao grupo o telescópio espacial Hubble, e os obseratórios Chandra X-Ray e Compton Gamma Ray.
Segundo o comunicado da agência espacial norte-americana, “o Spitzer ensinou-nos sobre novos aspetos do cosmos, permitindo-nos dar mais um passo de como o universo funciona, respondendo a questões sobre as nossas origens, e se estamos ou não sozinhos”, refere Thomas Zurbuchen, administrador associado da NASA.
Na galeria pode testemunhar as 15 maiores descobertas do Spitzer a navegar pelo espaço.
A agência espacial destaca o contributo do Spitzer no estudo de cometas e asteroides dentro do nosso sistema solar e encontrou um dos anéis de saturno, que ainda não tinha sido identificado. Também estudou a formação de estrelas, planetas e a composição do pó interstelar, assim como a evolução das galáxias desde o universo antigo até aos dias de hoje. Revelou-se ainda uma ferramenta eficaz para a deteção de exoplanetas, sobretudo na identificação das suas atmosferas.
O Spitzer, que utiliza uma visão de infravermelhos para olhar para o universo, era para ser descontinuado em 2018, sendo substituído pelo telescópio espacial James Webb, mais moderno e com as mesmas características. Mas o seu adiamento para 2021, garantiu mais tempo de vida ao “velho” telescópio.
Através do seu posicionamento acima da atmosfera terrestre, o Spitzer conseguia detetar ondas impossíveis de obter a partir da observação da terra. E mesmo “doente”, trabalhando apenas com combustível suficiente para operar dois dos seus três instrumentos, este continuou a sua missão de conhecimento durante mais de uma década. Em 2016, em conjunto com o Hubble, captou a imagem da galáxia mais distante alguma vez detetada.
O legado do Spitzer vai continuar vivo, já que a NASA disponibilizou o seu arquivo para consulta pública. Os cientistas acreditam que os investigadores ainda continuarão a fazer novas descobertas com os seus dados, muito depois deste ter cessado operações.
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