Prepare o telescópio e tenha um par de binóculos por perto, porque em dezembro há mais motivos para observar o céu noturno. Além da passagem do cometa Leonard, em destaque neste mês está a chuva de meteoros das Úrsidas.
O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) começa por explicar que, em dezembro, o nosso planeta vai cruzar a órbita do cometa Tuttle, cujos “detritos” são responsáveis pela chuva de meteoros das Úrsidas, que ocorre todos os anos entre os dias 17 e 26 de dezembro. De acordo com o OAL, o pico de intensidade máxima da chuva de meteoros das Úrsidas ocorre a 22 de dezembro.
Os especialistas dão a conhecer que número de estrelas cadentes observado não é muito elevado, apenas de 10 meteoros por hora. Mesmo assim, os entusiastas poderão dedicar-se a observar este fenómeno, procurando um horizonte desimpedido, longe da poluição luminosa das grandes cidades, e evitando noites nubladas.
Em dezembro, a Terra cruza também a órbita do asteroide Faetone. Os “detritos” deixados pelo astroide são responsáveis pela chuva de “estrelas” das Gemínidas, que ocorre todos os anos entre os dias 4 e 20 de dezembro.
O OAL detalha que a observação do pico das Gemínidas ocorre no dia 14 de dezembro pelas 07 horas, com uma média de 150 meteoros por hora, devido ao fato de ser Quarto Crescente. “Assim, não haverá muito boas condições de observação para a chuva de meteoros das Gemínidas”, afirma o OAL.
Passagem do cometa Leonard em destaque
Segundo a NASA, o recém-descoberto cometa Leonard vai fazer uma passagem perto da Terra no próximo dia 12 de dezembro. A agência espacial norte-americana explica que, embora a visibilidade e luminosidade dos cometas seja algo notoriamente difícil de prever, espera-se que o cometa Leonard esteja particularmente brilhante, o que significa que há uma possibilidade de ser observado a olho nu, se bem que a utilização de binóculos seja recomendada.
Nas primeiras semanas de dezembro, o cometa Leonard pode ser visto no horizonte seguindo a direção Este a cerca de duas horas antes do nascer do Sol. A NASA indica que, a partir de 14 de dezembro, a observação deste cometa passa a ser um evento noturno, ocorrendo pouco depois do pôr do Sol. O cometa alcançará o seu ponto mais próximo do Sol a 3 de janeiro do próximo ano, afastando-se depois do astro-rei e continuando o seu percurso para fora do Sistema Solar.
Para lá de chuvas de estrelas e da passagem de um cometa, o OAL indica que todos os planetas visíveis a olho nu podem ser observados no céu noturno de dezembro. A partir do dia 16, Mercúrio será visível ao anoitecer na constelação de Ofiúco, movendo-se para a constelação de Sagitário e encontrando-se visível na direção Sudoeste. O OAL detalha que a sua magnitude no início do mês varia de -0,8 a -1,0.
Vénus será visível ao anoitecer na constelação de Sagitário e, no dia 4 de dezembro, o seu brilho máximo ocorrerá por volta das 07 horas. A sua magnitude no início do mês varia de -4,6 a -4,3. Marte será visível ao amanhecer, na direção Sudeste, na constelação de Balança, movendo-se para a constelação de Escorpião. No início do mês, a sua magnitude é de 1,6.
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Júpiter será visível, na direção Sudoeste, nas primeiras horas após o anoitecer na constelação de Capricórnio, movendo-se para a constelação de Aquário, com a sua magnitude a variar entre -2,3 a -2,2 ao longo do mês. Também Saturno será visível nas primeiras horas após o anoitecer na constelação de Capricórnio, encontrando-se na direção Sudoeste e com uma magnitude de 0,7 ao longo de dezembro.
Já Urano estará visível na constelação de Peixes e Neptuno estará visível na de Aquário, onde permanecerá durante todo o resto do ano. Note que ambos os planetas têm de ser observados com telescópio, uma vez que nunca são visíveis a olho nu.
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