Durante a noite desta segunda-feira, a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) executou uma nova manobra para se afastar da rota de lixo espacial, que orbita o planeta Terra. Não se tratou de uma manobra de emergência, mas sim um desvio previsto e programado. A NASA afirma que a manobra não teve qualquer impacto nas operações da ISS e mesmo que não a executasse, previa-se que os fragmentos pudessem passar a cerca de 3 milhas da estação (4,8 km).

Os motores da ISS foram acionados e mantiveram-se ativos durante cerca de 5 minutos, numa manobra conhecida como PDAM (Pre-Determined Debris Avoidance Maneuver), que serve essencialmente como medida adicional para se manter afastado de possíveis colisões.

Os detritos em questão são restos do Cosmos 1408, um satélite lançado ao espaço pela União Soviética em setembro de 1982, mas que ficou inativo poucos anos depois. Segundo informação partilhada, o Cosmos 1408 foi destruído pela Rússia no ano passado, num teste de armas, transformando-o num grupo composto por cerca de 1.500 fragmentos, que estão atualmente em órbita entre 305 a 1.095 quilómetros sobre a Terra e dentro do alcance da Estação Espacial que se encontra em órbita a 402 quilómetros.

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A destruição do satélite Cosmos 1408 poderia ter colocado a ISS em perigo e a tripulação foi instruída a procurar proteção dentro da cápsula Crew Dragon e Soyuz, para evitar a nuvem de detritos gerados. A NASA acusou a Rússia de não ter tomado as devidas cautelas, tendo colocado em perigo não só os astronautas americanos e internacionais, como os seus próprios cosmonautas a bordo.

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O lixo espacial é uma das principais preocupações dos programas de exploração do espaço. Há satélites que são abandonados quando acaba o combustível, havendo mesmo programas de abastecimento e reparação a serem estudados para reduzir a quantidade de objetos em órbita.

Ainda recentemente a ESA teve de executar manobras para evitar o embate do seu satélite CryoSat com detritos espaciais.