Investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), através de dados obtidos pelo espectrógrafo Expresso e pela missão espacial TESS da NASA, estudaram em detalhe o sistema LHS 1140. A sua mais recente descoberta é que um dos dois exoplanetas conhecidos, o exoplaneta “b”, conhecido como LHS 1140 b, e que está situado na zona de habitalidade da sua estrela, terá um grande oceano de água líquida. Os investigadores acreditam que este será um mundo aquático com uma massa um pouco maior que a da Terra.
Sérgio Sousa, investigador do IA e da Universidade do Porto, refere que se trata de “mais um grande passo que demos na procura de uma outra Terra”, e que o Expresso demonstra a sua grande capacidade de detetar e caracterizar planetas “muitíssimo interessantes”, com a possibilidade de serem estudados com mais detalhe no que diz respeito à habitabilidade fora do nosso sistema solar. O resultado desta descoberta foi publicado hoje na revista Astronomy & Astrophysics.
Para além de detalhar os dois planetas conhecidos, o “b” e “c”, o estudo detetou ainda evidências de mais dois exoplanetas em torno da estrela LHS 1140, até aqui desconhecidos. Esta estrela é descrita como tendo uma temperatura à superfície a rondar os 3.000º C, o que é pouco mais de metade do nosso sol. Esta é uma anã vermelha a 41 anos-luz de distância, na direção da constelação da Baleia (Cetus), com cerca de 5 mil milhões de anos, sendo um pouco mais velha do que o Sol, referem os investigadores.
O planeta “b” em questão tem uma órbita de 24,7 dias e por estar numa zona de habitalidade, e com uma estrela menos quente, este está na distância certa da estrela para poder ter água líquida na sua superfície. Segundo os dados precisos recolhidos, o planeta “b” tem 1,7 vezes o diâmetro e 6,5 vezes a massa da Terra, enquanto o planeta “c” tem 1,3 vezes o diâmetro e 1,8 vezes a massa da Terra. Foi assim possível calcular a densidade dos planetas e caracterizar a sua composição interna. No caso do “b”, “os cálculos apontam para que o planeta seja do tipo terrestre e com a superfície coberta por água líquida”, é referido no comunicado.
Sobre os potenciais novos planetas no sistema, o LHS 1140 d, tem 4,8 vezes mais massa que a Terra e uma órbita de 79 dias. Mas neste caso, a sua órbita fica ligeiramente de fora da zona de habitabilidade da sua estrela, sendo mais próximo a uma composição rochosa e gasosa. O quarto planeta indiciado, que poderá partilhar a órbita do planeta “c”, ainda requer mais estudos para ser caracterizado.
Nota de redação: notícia atualizada com mais informação. Última atualização às 13h32.
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