O Telescópio Espacial James Webb detetou, pela primeira, vez vapor de água em torno do cometa 238P/Read, no cinturão principal de asteroides, provando que a água do Sistema Solar primordial pode ser preservada como gelo naquela região, segundo os investigadores.
Há, no entanto, um facto intrigante na descoberta: ao contrário da maioria dos outros cometas, Read não tinha dióxido de carbono detetável, uma ausência que surpreendeu a comunidade científica.
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Normalmente, o dióxido de carbono constitui perto de 10% do material volátil num cometa que pode ser facilmente vaporizado pelo calor do Sol. A escassez em Read levanta questões sobre as circunstâncias únicas e os processos evolutivos que cercam este objeto celeste em particular.
Os cientistas apresentam duas explicações possíveis para a falta de dióxido de carbono. Uma possibilidade é que Read tinha dióxido de carbono quando se formou, mas perdeu-o devido às altas temperaturas. A outra hipótese avançada é que o cometa tenha sido formado num bolsão particularmente quente do sistema solar, onde não havia dióxido de carbono disponível.
O próximo passo é levar a investigação além de Read para ver como o cometa compara aos seus pares do cinturão principal. Os autores do estudo, publicado na Nature, destacam o poderio do telescópio James Webb para a análise destes objetos do cinturão de asteroides, de pequena dimensão e sinal fraco.
“O nosso mundo encharcado de água, repleto de vida e, até onde sabemos, único no universo, é um tanto misterioso: não temos certeza de onde veio toda esta água”, refere Stefanie Milam, coautora do estudo que relata a descoberta. “Entender a história da distribuição de água no sistema solar vai ajudar-nos a entender outros sistemas planetários e se podem estar a caminho de hospedar um planeta semelhante à Terra”, acrescentou citada em comunicado.
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Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 19h02)
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