Esta molécula resulta da fusão de átomos de hélio e hidrogénio e chama-se hidreto de hélio. Está na base de uma teoria que tem sido estudada ao longo dos anos, mas nunca tinha sido possível identificar vestígios de hidreto de hélio no espaço, até agora.
Cientistas da NASA e do Centro Aeroespacial Alemão conseguiram validar a existência da molécula recorrendo ao Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy, também conhecido por Sofia. Sofia é o único telescópio do mundo instalado num avião, neste caso um Boeing 747 modificado para o efeito, que faz observações a mais de 12 mil metros de altura.
A molécula foi identificada numa nebulosa planetária (vestígios do que já foi uma estrela como o Sol) localizada a 3 mil anos-luz e identificada como NGC 7027. Desde a década de 70 do século passado que as suspeitas da existência de hidreto de hélio na nebulosa existiam mas não tinha sido possível confirmá-las.
A descoberta, detalhada num artigo da revista Nature, vai ajudar a compreender a teoria de que o universo de facto se desenvolveu a partir desta molécula. A NASA explica que a descoberta foi possível graças aos ajustes constantes que é possível fazer num sistema deste tipo, que no fim de cada missão “volta a casa” para ser permanentemente atualizado com novos instrumentos. Neste caso foi uma alteração no receptor de ondas Terahertz que permitiu sintonizar a frequência da molécula e procurar por ela na NGC 7027.
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