Para evitar que se tomem os medicamentos fora do tempo ou que sejam mal administrados, foi criada uma etiqueta inteligente, que juntamente com uma aplicação de smartphone pretende ajudar os pacientes. O projeto foi criado entre o centro privado de investigação CeNTI, com as empresas portuguesas Neutroplast e a BeyonDevices.

A ideia é garantir que nenhum medicamento volte a ser esquecido no período em que deve tomar as diferentes doses. A etiqueta inteligente, batizada de DOSEA, é aplicada nas embalagens dos medicamentos, podendo ser programada para gerar e emitir avisos visuais, para alertar os pacientes para a toma atempada das respetivas doses.

É possível utilizar a aplicação de smartphones para programar os alertas, mas também registar as respetivas tomas, permitindo dessa forma acompanhar e ter maior controlo sobre o tratamento. “Além de minimizar o impacto negativo que o esquecimento da toma da medicação causa na saúde dos pacientes, o DOSEA visa contribuir para a redução significativa do desperdício de fármacos”, refere a empresa no comunicado.

A etiqueta tem ainda outras funcionalidades, incluindo a monitorização do estado de conservação do medicamento durante o tempo que é prescrito, incluindo a sua humidade e temperatura. As condições de armazenamento e a garantia do estado da embalagem são outros pontos registados pela etiqueta, que podem ser consultados em tempo real na aplicação.

A aplicação destina-se aos respetivos pacientes, mas também podem ser utilizados por cuidadores, familiares ou profissionais de saúde, que possam ajudar no seu tratamento diário. E o sistema é sobretudo direcionado a pessoas com doenças crónicas, que tenham cuidados exigentes na sua medicação e tratamentos, mas também para a população em geral. Os investigadores dizem ainda que respeitar as posologias dos medicamentos ajuda a reduzir significativamente o desperdício de medicamentos.

A CeNTI diz que as etiquetas são discretas, de fácil integração nos diferentes tipos de embalagens, salientando os blisters ou frascos de líquidos. Estas são de baixo custo, utilização intuitiva e quando necessário facilmente descartável.

“A combinação de eletrónica impressa e convencional, a integração de um sensor impresso de baixo custo que valide, de forma automática, as dosagens ingeridas em cada toma, bem como uma ampla adaptação a uma vasta gama de medicamentos garante à solução DOSEA uma vantagem competitiva face às atuais soluções apresentadas no mercado”, referem os investigadores da tecnologia.

As etiquetas ainda estão em fase de desenvolvimento, mas as empresas já pensam na internacionalização do produto, com lhos postos na América do Norte, Península Ibérica, Europa do Norte, Reino Unido e África Magrebe. E apesar de estarem sobretudo ligados à área farmacêutica, as etiquetas podem ser adaptadas a outros mercados, como suplementos alimentares.